Menos dadores, menos órgãos recolhidos e menos transplantes, sobretudo nas regiões Norte e Sul. É este o panorama da transplantação em Portugal, país que em 2009 liderou o sector a nível mundial. De acordo com os últimos dados, de Janeiro a Maio deste ano fizeram-se 294 transplantes, menos 78 que em igual período do ano passado, correspondendo a uma quebra de 21%.
Nos primeiros cinco meses fizeram-se 15 transplantes
cardíacos (- 8), 179 renais (- 61), 84 hepáticos (- 7) e 8 pancreáticos
(- 4). Melhorias só nos transplantes pulmonares: registaram-se 8
operações, mais duas que no ano passado.
O número de dadores cadáveres também desceu consideravelmente (29%). Em 108 dadores (- 23) recolheram-se 335 órgãos (- 61).
A
redução do número de mortes – há menos acidentes de viação e menos AVC –
e a falta de sensibilização das famílias são apontadas como as
principais causas para a redução dos transplantes. Segundo Fernando
Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, o que
falta no nosso país é uma "estratégia para que não se percam potenciais
dadores, como por exemplo, quando é decretada uma paragem cardíaca".
Nesses casos, diz, "a lei não permite desencadear o processo para que se
faça a colheita dos órgãos".
Depois de
recolhidos os órgãos, o transplante não pode esperar. Um coração ou um
pulmão, por exemplo, têm entre quatro a seis horas de ‘vida’; um fígado
aguenta 12 horas e um rim espera 24 horas.
TRÊS CORAÇÕES PARA ESPANHA
Segundo
a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, nos
primeiros cinco meses do ano Espanha fez nove transplantes com órgãos de
Portugal. Foram enviados três corações, três pulmões e três fígados.
Apenas um dos receptores era português. Este doente po-de ser uma das
crianças que foram operadas no país vizinho quando o Serviço de
Transplantes Hepáticos Pediátricos deCoimbra esteve fechado.
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