Primeiro dia do transplantecomemorado em CoimbraSociedade Portuguesa de Transplantação lança hoje petição para a institucionalização do dia
O primeiro transplante em Portugal foi realizado no dia 20 de Julho de 1969. Agora, 40 anos depois, o nosso país lidera a lista de transplantes de fígado na Europa, registando o segundo lugar no Mundo de órgãos colhidos e transplantados, com 26,7 dadores por cada milhão de habitantes. Hoje, em Coimbra, a Sociedade Portuguesa de Transplantação assinala o 1.o Dia do Transplante, aproveitando a ocasião para lançar uma petição para a institucionalização do dia, com o objectivo de divulgar os transplantes e sensibilizar os responsáveis da saúde para esta realidade.Em 2008, foram salvas 1.991 vidas em Portugal por transplantação. Apesar dos números positivos, os recursos humanos e físicos não acompanharam esta evolução. No ano passado, no nosso país, foram efectuados 524 transplantes de rim, perfazendo, pela primeira vez nos últimos 10 anos, uma redução do número de doentes em lista de espera (de 2.320 para 2.260). Em relação à média europeia, Portugal encontra-se mal classificado na taxa de transplantes pulmonares, sendo realizados apenas 0,37 por cada milhão de habitantes, enquanto que a média europeia é de 2,28.Profissionais de saúde, doentes transplantados, familiares e amigos juntam-se, hoje às 11h00, nos Auditórios dos Hospitais da Universidade de Coimbra, para fazer um balanço de 40 anos de transplantação em Portugal. Para a tarde, o Grupo Desportivo dos Doentes Transplantados preparou um conjunto de actividades lúdicas como forma de promover o convívio entre todos. Durante o dia, a Sociedade Portuguesa de Transplantação estará, também, a recolher as 4.000 assinaturas necessárias para a petição, a ser entregue na Assembleia da República, para a institucionalização do dia.Após as boas-vindas, seguem-se as intervenções de Linhares Furtado, que fala sobre “Como tudo começou”, às 11h15; João Rodrigues Pena, que aborda, às 11h45, a temática “Performance de Portugal”; e Maria João Aguiar, que intervém acerca da “Colheita de órgãos”, às 12h00. Para as 12h30, vários transplantados apresentam os seus testemunhos, seguindo-se, às 13h00, a homenagem a todos os dadores em Portugal, antes do almoço marcado para a Quinta da Couceira, em Cantanhede.Taxa em Coimbraultrapassa EspanhaPortugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes (26,7), mas o aumento da recolha de órgãos esbarra muitas vezes nas limitações a nível dos recursos humanos e físicos, alertam especialistas ouvidos pela agência Lusa.O cirurgião Linhares Furtado, que fez o primeiro transplante de órgãos em Portugal, um transplante renal com dador vivo, a 20 de Julho de 1969 nos HUC, considera o número de dadores nacionais «muitíssimo bom».«Os números subiram muito há uns anos no sul do país e em Coimbra, no ano passado, a taxa ultrapassou a de Espanha, o campeão mundial de dadores», sublinhou.«É uma questão de organização. Há uma maior sensibilização de médicos e enfermeiros, em particular nos hospitais distritais que possuem unidades de cuidados intensivos», disse à agência Lusa.Também o nefrologista Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), afirma que, nos últimos dois anos, o panorama ao nível dos transplantes de órgãos melhorou substancialmente em Portugal.«Tínhamos Unidades de Cuidados Intensivos que antes não referenciavam os cadáveres de eventuais dadores e passaram a fazê-lo», explicou. Acrescentou, por outro lado, que em Portugal existem mais de 10 por cento de dadores vivos «que a Espanha não tem». No entanto, disse, subsistem «algumas dificuldades» ao nível dos recursos humanos e físicos das unidades de saúde em suportar o aumento do número de transplantes.Portugal com leis muito avançadasPortugal, como se referiu, é líder na Europa continental nos transplantes de fígado. Quanto aos transplantes de rim foram feitos 524 no ano passado – uma taxa diária de mais de 1,4 – e pela primeira vez nos últimos dez anos o número de doentes em lista de espera decresceu em 60.A «lacuna», frisou Morais Sarmento, existe ao nível do transplante do pulmão, por ausência de uma unidade que centralize aquele procedimento clínico e faça o acompanhamento dos doentes antes e depois da intervenção.A taxa de transplantes pulmonares realizados em Portugal cifra-se nos 0,37 por milhão de habitantes, bastante abaixo da média europeia, que é de 2,28. Já para fazer transplantes duplos – “imensos, de que não se fala” – e, concretamente, no caso do pâncreas/rim, o especialista alerta que existe um único hospital, o de Santo António, no Porto, que é «“curto para as necessidades do país».«Já se fizeram 95 transplantes de pâncreas e rim em doentes diabéticos. A colheita e preparação do pâncreas não é fácil, fazem-se 15 a 20 por ano e há 40 doentes em lista de espera», observou Morais Sarmento.No que concerne à legislação portuguesa sobre transplante de órgãos, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação sublinhou que nos dadores mortos vigora o «consentimento presumido», que prevalece «na generalidade» dos países europeus.No entanto, qualquer pessoa pode dirigir-se a um centro de saúde e inscrever-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA).«O nosso país tem leis muito boas, muito avançadas”, disse, por seu turno, Linhares Furtado, classificando de «extraordinária» a aceitação da sociedade face aos méritos da transplantação de órgãos em situação de urgência clínica. Por outro lado, apontou a existência de cerca de 30 mil objectores, «pouquíssimos», referiu.
O primeiro transplante em Portugal foi realizado no dia 20 de Julho de 1969. Agora, 40 anos depois, o nosso país lidera a lista de transplantes de fígado na Europa, registando o segundo lugar no Mundo de órgãos colhidos e transplantados, com 26,7 dadores por cada milhão de habitantes. Hoje, em Coimbra, a Sociedade Portuguesa de Transplantação assinala o 1.o Dia do Transplante, aproveitando a ocasião para lançar uma petição para a institucionalização do dia, com o objectivo de divulgar os transplantes e sensibilizar os responsáveis da saúde para esta realidade.Em 2008, foram salvas 1.991 vidas em Portugal por transplantação. Apesar dos números positivos, os recursos humanos e físicos não acompanharam esta evolução. No ano passado, no nosso país, foram efectuados 524 transplantes de rim, perfazendo, pela primeira vez nos últimos 10 anos, uma redução do número de doentes em lista de espera (de 2.320 para 2.260). Em relação à média europeia, Portugal encontra-se mal classificado na taxa de transplantes pulmonares, sendo realizados apenas 0,37 por cada milhão de habitantes, enquanto que a média europeia é de 2,28.Profissionais de saúde, doentes transplantados, familiares e amigos juntam-se, hoje às 11h00, nos Auditórios dos Hospitais da Universidade de Coimbra, para fazer um balanço de 40 anos de transplantação em Portugal. Para a tarde, o Grupo Desportivo dos Doentes Transplantados preparou um conjunto de actividades lúdicas como forma de promover o convívio entre todos. Durante o dia, a Sociedade Portuguesa de Transplantação estará, também, a recolher as 4.000 assinaturas necessárias para a petição, a ser entregue na Assembleia da República, para a institucionalização do dia.Após as boas-vindas, seguem-se as intervenções de Linhares Furtado, que fala sobre “Como tudo começou”, às 11h15; João Rodrigues Pena, que aborda, às 11h45, a temática “Performance de Portugal”; e Maria João Aguiar, que intervém acerca da “Colheita de órgãos”, às 12h00. Para as 12h30, vários transplantados apresentam os seus testemunhos, seguindo-se, às 13h00, a homenagem a todos os dadores em Portugal, antes do almoço marcado para a Quinta da Couceira, em Cantanhede.Taxa em Coimbraultrapassa EspanhaPortugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes (26,7), mas o aumento da recolha de órgãos esbarra muitas vezes nas limitações a nível dos recursos humanos e físicos, alertam especialistas ouvidos pela agência Lusa.O cirurgião Linhares Furtado, que fez o primeiro transplante de órgãos em Portugal, um transplante renal com dador vivo, a 20 de Julho de 1969 nos HUC, considera o número de dadores nacionais «muitíssimo bom».«Os números subiram muito há uns anos no sul do país e em Coimbra, no ano passado, a taxa ultrapassou a de Espanha, o campeão mundial de dadores», sublinhou.«É uma questão de organização. Há uma maior sensibilização de médicos e enfermeiros, em particular nos hospitais distritais que possuem unidades de cuidados intensivos», disse à agência Lusa.Também o nefrologista Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), afirma que, nos últimos dois anos, o panorama ao nível dos transplantes de órgãos melhorou substancialmente em Portugal.«Tínhamos Unidades de Cuidados Intensivos que antes não referenciavam os cadáveres de eventuais dadores e passaram a fazê-lo», explicou. Acrescentou, por outro lado, que em Portugal existem mais de 10 por cento de dadores vivos «que a Espanha não tem». No entanto, disse, subsistem «algumas dificuldades» ao nível dos recursos humanos e físicos das unidades de saúde em suportar o aumento do número de transplantes.Portugal com leis muito avançadasPortugal, como se referiu, é líder na Europa continental nos transplantes de fígado. Quanto aos transplantes de rim foram feitos 524 no ano passado – uma taxa diária de mais de 1,4 – e pela primeira vez nos últimos dez anos o número de doentes em lista de espera decresceu em 60.A «lacuna», frisou Morais Sarmento, existe ao nível do transplante do pulmão, por ausência de uma unidade que centralize aquele procedimento clínico e faça o acompanhamento dos doentes antes e depois da intervenção.A taxa de transplantes pulmonares realizados em Portugal cifra-se nos 0,37 por milhão de habitantes, bastante abaixo da média europeia, que é de 2,28. Já para fazer transplantes duplos – “imensos, de que não se fala” – e, concretamente, no caso do pâncreas/rim, o especialista alerta que existe um único hospital, o de Santo António, no Porto, que é «“curto para as necessidades do país».«Já se fizeram 95 transplantes de pâncreas e rim em doentes diabéticos. A colheita e preparação do pâncreas não é fácil, fazem-se 15 a 20 por ano e há 40 doentes em lista de espera», observou Morais Sarmento.No que concerne à legislação portuguesa sobre transplante de órgãos, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação sublinhou que nos dadores mortos vigora o «consentimento presumido», que prevalece «na generalidade» dos países europeus.No entanto, qualquer pessoa pode dirigir-se a um centro de saúde e inscrever-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA).«O nosso país tem leis muito boas, muito avançadas”, disse, por seu turno, Linhares Furtado, classificando de «extraordinária» a aceitação da sociedade face aos méritos da transplantação de órgãos em situação de urgência clínica. Por outro lado, apontou a existência de cerca de 30 mil objectores, «pouquíssimos», referiu.
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