Doenças respiratórias aumentaram 15% em cinco anos (Fonte: TSF 27.10.2009)

Os internamentos por doenças respiratórias aumentaram cerca de 15 por cento em cinco anos. As pneumonias são a principal causa de hospitalização - com mais de 50 mil casos em 2008 - e o tabaco surge como o principal responsável por estas doenças, segundo um relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias.
O peso das doenças respiratórias nos internamentos hospitalares continua a aumentar. Segundo o Observatório Nacional de Doenças Respiratórias (ONDR), em 2008 foram diagnosticadas 73 880 pessoas com este tipo de patologias, o que se traduz num aumento de 14,8 por cento em relação a 2003.
As doenças respiratórias, como a pneumonia, a doença pulmonar obstrutiva crónica e os cancros pulmonares, constituem a terceira causa de morte por doença, depois das doenças do aparelho circulatório e dos tumores malignos.
«Continua a verificar-se um aumento da incidência das doenças respiratórias, que se traduz num aumento do número de internamentos» e da mortalidade, afirmou o presidente do ONDR, Teles Araújo.
Para o pneumologista, Portugal ainda «está a falhar muito na área da prevenção das doenças respiratórias, que passam especialmente pelo tabagismo e pelo ambiente interior».
Segundo o relatório do ONDR, o tabaco é a causa de cerca de 90 por cento dos cancros no pulmão e 85 por cento das doenças pulmonares obstrutivas crónicas, estando a mortalidade por estas doenças a aumentar desde 2002.
O Plano Nacional de Saúde está a tentar reduzir a percentagem de fumadores para metade até 2010 mas, de acordo com a ONDR, esse objectivo está longe de ser alcançado.
O ONDR acrescenta que as doenças respiratórias devem ser incluídas num grupo das doenças maior, tal como as cérebro-vasculares, e constituir um eixo prioritário do Plano Nacional de Saúde.
O relatório, apresentado esta segunda-feira à Fundação Portuguesa do Pulmão, divulga ainda que os internamentos por doença pulmonar obstrutiva crónica são a segunda causa de hospitalização por doença respiratória – com 9301 doentes diagnosticados – e sublinha que o papel dos médicos de família é fundamental para a prevenção.