sábado, 17 de outubro de 2009

SANTA MARIA - Remédio para cancro provocou cegueira (Fonte: CM 17.10.2009)


Antes de lerem esta noticia, quero deixar bem claro o seguinte: "Não pretendo criar nenhuma ideologia politica, ou sindical ao colocar este tipo de noticias no blog. Aparentemente podem pensar que não têm nada a ver com os Transplantes Pulmonares, no entanto, sempre afirmei que em tudo o que me for possivel questionar o sistema de saúde em Portugal que o farei".

Sendo assim, desde já justifico a inclusão desta e outras noticias que questionem o estado do sistema de saúde em Portugal, situações de negligência médica ou até mesmo pequenas histórias reais e pedidos de ajuda que queiram fazer chegar ao meu blog para o mail sandraalvescampos@gmail.com

Obrigada,

Sandra Campos


Os seis doentes foram tratados a 17 de Julho. Dias depois, o hospital assumiu o erro, abrindo de imediato uma investigação para apurar o que causou a cegueira.

Investigação: Em três doentes as células estão mortas
Remédio para cancro provocou cegueira (ACTUALIZADA)Apenas a letra ‘B’ era visível. O restante estava borratado, na etiqueta colada com autocolantes no receptáculo onde se encontravam os restos dos medicamentos. O funcionário da farmácia não confirmou o nome e trocou a embalagem. Resultado: os médicos, que pediram alguns miligramas de bevacizumad (a substância activa do Avastin) para tratar as infecções oculares dos seis doentes que estavam no Santa Maria, usaram um medicamento cujo produto activo é utilizado como substituto da quimioterapia. Trata-se também de um citotóxico, mas tem um efeito visicante. Ou seja, destrói as células fora dos vasos sanguíneos.
Dos seis doentes a quem foi injectado o medicamento errado, três já não têm hipótese de regressão. As células estão mortas.
A investigação da PJ, feita em tempo recorde, está terminada. A Judiciária admite, no relatório final enviado para o DIAP, que o medicamento utilizado tinha também um princípio activo começado por ‘B’. É a única hipótese de explicar a negligência grave, já que o manuseador de medicamentos – primeiro arguido – garante ter verificado pelo menos a primeira letra da embalagem.
O segundo arguido deste caso é a farmacêutica. Trata-se de uma jovem, que trabalhava há poucos anos no Hospital de Santa Maria e que não terá cumprido os procedimentos. Cabia-lhe verificar as embalagens chegadas à farmácia. Deveria controlar as etiquetas, confirmar os princípios activos e depois voltar a embalar os medicamentos de forma asséptica para reutilização.
A farmacêutica terá descurado os procedimentos e entregou o tabuleiro com os vários receptáculos – onde estavam os mais diversos medicamentos – ao manuseador. Aquele distraiu-se e embalou-os de forma tragicamente errada.
Outro facto: as etiquetas são escritas à mão com canetas pontas de feltro e, depois, os receptáculos são borrifados com álcool. Muitas vezes a tinta fica borratada e, noutros momentos, a etiqueta fica descolada. Tal como terá acontecido neste caso, no qual uma distracção foi fatal para os seis doentes. Três já não irão recuperar a visão.
PORMENORES
AVASTIN SUSPENSO
Diversas clínicas e alguns hospitais suspenderam o uso do Avastin em Julho enquanto a investigação não tinha sido concluída. A sua utilização já foi retomada.
DOENTES DIABÉTICOS
Cinco dos seis doentes são diabéticos e todos tinham uma visão diminuída, apesar de fazerem as suas vidas normais. As lesões provocadas acabaram por lhes degradar a qualidade de vida.
RECUPERAÇÃO LENTA
Três dos seis doentes já recuperaram. No entanto, ainda estão longe da visão que possuíam antes de lhes ser administrado o medicamento trocado.
HOSPITAL TRATOU 80 DOENTES SEM COMPLICAÇÕES
Negligência médica, problemas no lote do medicamento, falha na esterilização ou infecção hospitalar foram as hipóteses investigadas pelas autoridades da Saúde para se perceber o que provocou a cegueira a seis doentes, a 17 de Julho, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Dias depois, a administração do hospital deu uma conferência de imprensa, onde mostrava cautelas no discurso.
'Não temos uma razão para esta reacção adversa grave provocada pela substância bevacizumab injectada nos olhos', disse Correia da Cunha, director clínico do Santa Maria. Adiantou que o hospital já tinha tratado 80 doentes sem problema e remeteu a justificação para as investigações que terminaram.
VÍTIMAS RELATAM CEGUEIRA
'NEM CONSIGO VER SE É DE DIA OU DE NOITE', Antónia Martins, 66 anos
'Ainda não senti melhoras na vista que recebeu a injecção. Continuo sem conseguir distinguir se é de noite ou de dia, mas os médicos também me disseram que, alguma recuperação, só em Dezembro.'
'O MEU CASO É CONSIDERADO DOS PIORES', Walter Lago Bom, 47 anos
'Não vejo dos dois olhos. Não há qualquer alteração da situação desde que recebi as injecções. Apesar de a substância ser a mesma, tivemos diferentes reacções. O meu caso é considerado dos piores.'
'OLHOS SÓ PERMITEM VER VULTOAS À VOLTA A MOVEREM-SE', Maria Rodrigues, 53 anos
'Ao longo destes meses a recuperação tem sido nula. Os olhos só permitem ver os vultos das pessoas a moverem-se, nada mais, o mesmo que via logo a seguir de ter recebido as injecções em ambas as vistas.'
ACUSAÇÃO AINDA AGUARDA POR DADOS MÉDICOS
A qualificação jurídica ainda não está determinada. Os dois arguidos – o manuseador de medicamentos e a farmacêutica – poderão ser acusados de ofensas corporais agravadas, negligência médica na forma grosseira ou erro no manuseamento dos medicamentos. As autoridades apenas os constituíram arguidos, não lhes tendo sido aplicada qualquer medida de coacção acessória, para além do Termo de Identidade e Residência. Continuam ambos em funções.
Entretanto, o processo está agora a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. Maria José Morgado, a responsável por aquele departamento, aguarda por mais elementos médicos. Para a dedução da acusação é fundamental perceber a extensão dos danos nos utentes e saber qual a hipótese da regressão das lesões nos três doentes.
Refira-se, ainda, que a dedução da acusação visará apenas cinco dos seis doentes, já que um deles não apresentou queixa. O facto de terem aceite a mediação que está a ser levada a cabo pelo juiz Eurico Reis também leva a que abdiquem da possibilidade de avançar com um processo cível. A parte criminal, porém, é autónoma e estarão sempre em causa cinco crimes, já que cada doente sofreu uma lesão distinta.
DISCURSO DIRECTO
'UM HOSPITAL É UM SÍTIO DE RISCO', Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos
Correio da Manhã – Entende que o caso dos cegos de Santa Maria retira credibilidade aos hospitais?
Pedro Nunes – As pessoas devem compreender que, a exemplo da estrada, um hospital é um sítio de risco. Por vezes, as coisas correm mal. Em nenhuma parte do Mundo deixa de haver risco. Há, contudo, o objectivo de minimizar os efeitos negativos.
– Que avaliação retira da evolução deste processo desde a aplicação das injecções em Julho?
– Entendo que tem decorrido de forma exemplar. O hospital veio a público dizer o que se passava e disponibilizou-se para o pagamento de indemnizações. Tudo foi feito para que fossem apuradas as causas e evitar que o erro fosse novamente cometido. Também a intervenção da Polícia Judiciária foi rápida e eficaz. Houve uma tragédia com vítimas com consequências futuras.
– É oftalmologista. Ao longo da sua carreira conheceu incidentes semelhantes?
– É uma situação inédita, mesmo a nível mundial.

ANA JORGE: IDA AO ESTRANGEIRO
A ministra da Saúde, Ana Jorge, revelou abertura para que os doentes pudessem ser tratados no estrangeiro. Hipótese que o doente Walter Lago Bom disse que não se concretizou
CEGUERIA: RECUPERAÇÃO LENTA
Três meses depois da intervenção cirúrgica, médicos do Hospital de Santa Maria estimam que a recuperação daqueles que ainda terão alguma hipótese será muito lenta
DOENÇA: RETINOPATIA DIABÉTICA
A retinopatia diabética é uma alteração nos vasos sanguíneos devido ao aumento de açúcar no sangue, pelo que os doentes perdem gradualmente a visão
Tânia laranjo/Eduardo Dâmaso/J.S

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