Teste do Pezinho poderá incluir rastreio a novas doenças
O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, mais conhecido como o “Teste do Pezinho”, foi reformulado e poderá incluir futuramente o rastreio a outras doenças como a fibrose quística, segundo um despacho publicado esa terça-feira em Diário da República (DR), avança a agência Lusa.Criado em 1979, o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDC) visa diagnosticar doenças nas primeiras semanas de vida do bebé e tratá-las precocemente para evitar a ocorrência de atraso mental, doença grave irreversível ou morte da criança. “O PNDP teve um enorme sucesso e tem revelado uma elevada qualidade, que é bem patente na sua taxa de cobertura superior a 99 por cento dos recém-nascidos e pelo seu tempo médio de intervenção terapêutica 11/12 dias”, refere o despacho do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro.Dirigido inicialmente à fenilcetonúria e ao hipotiroidismo, duas doenças que, na criança, quando não tratadas acarretam atraso mental, foi alargado mais tarde a mais 23 doenças hereditárias do metabolismo. “Outras doenças como a fibrose quística, hiperplasia congénita da supra-renal e deficiência da biotinidase foram rastreadas em estudos-piloto e poderão futuramente vir a ser incluídas no Programa Nacional”, refere o documento.O rastreio e a confirmação do diagnóstico permitem o encaminhamento dos doentes para a rede de Centros de Tratamento, sedeados em instituições hospitalares de referência.O PNDP foi-se expandindo face aos desafios encontrados no seu desenvolvimento, mas não ficou identificado na lista dos Programas Nacionais do Programa para o Plano Nacional de Saúde, nem foi actualizada a sua composição.“Foi assim criada a oportunidade para reformular o PNDP, ajustando-o aos desafios do Plano Nacional de Saúde e dotando-o de uma estrutura de coordenação que assegure a sua sustentabilidade na próxima década”, salienta o despacho.Entre as “estratégias de intervenção” para implementação do plano fazem parte a estruturação da rede nacional de centros de tratamentos, que “assegure a universalidade do acesso e a mais elevada qualidade dos cuidados prestados em todo o ciclo de vida”, e propor a inclusão nos contratos-programas com os hospitais de financiamento específico para os centros de tratmento.O programa, agora proposto pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), ajusta-se aos “desafios do Plano Nacional de Saúde” e está dotado de uma “estrutura de coordenação que assegura a sua sustentabilidade para a próxima década”, salienta Manuel Pizarro. Deste modo, o PNDP passa a integrar desde já a lista dos Programas Nacionais do PNS e será tido em conta nas iniciativas que se realizem para elaborar o novo Plano Nacional de Saúde, com o limite temporal que for estabelecido. “Os programas têm maior sucesso e eficiência quando é obtida uma boa colaboração entre as equipas de coordenação, as estruturas laboratoriais, os profissionais de saúde nos diferentes níveis de cuidados e são bem compreendidos e aceites pela opinião pública e pelos doentes”, refere o DR. O PNDP é um Programa Nacional de Saúde Pública, cuja componente laboratorial está centralizada num único laboratório nacional: a Unidade de Rastreio Neonatal, que está sedeado no Centro de Genética Médica Jacinto de Magalhães no Porto.
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