A troca de medicamentos infelizmente é um "hábito" mais comum do que se julga. Na semana passada recebi os habituais medicamentos para o meu Transplante Pulmonar. Qual foi o meu espanto quando reparei que os imunossupressores vinham enganados. Depois de um telefonema para a farmácia de Santa Maria, fiquei a saber que a prescrição que tinha ido para a farmácia deste hospital estava mal preenchida! Felizmente, não houve "azar" e tenho a agradecer a prontidão com que me vieram trazer a casa os imunossupressores correctos.
Obrigada,Sandra Campos
Santa Maria: comissão de acompanhamento concluiu trabalhos
A comissão de acompanhamento criada para avaliar os danos causados aos doentes que cegaram após uma operação no Hospital Santa Maria já tem os valores de indemnização que irá propor aos doentes e ao hospital, anunciou o presidente da comissão, citado pela agência Lusa.
“Concluímos o trabalho e já temos os números para propor aos doentes e ao hospital”, disse à Lusa o juiz desembargador Eurico Reis, escusando-se a avançar os valores que vão ser propostos.
O presidente da comissão justificou que os valores serão avançados, em primeiro lugar, aos doentes e ao hospital.
A Lusa contactou Walter Lemos, que ficou cego dos dois olhos na sequência da intervenção cirúrgica a 17 de Julho de 2009, que disse ainda não ter sido contactado pela comissão.
“Normalmente, essas informações chegam por carta. Deve estar a chegar”, disse Walter Lagos, 47 anos, que já deixou o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde esteve internado seis meses, e está num centro de reabilitação para reaprender a viver sem visão.
Contactado pela Lusa, o Hospital de Santa Maria disse que apenas se pronunciará quando souber os valores propostos pela comissão e o processo ficar concluído.
O dia 17 de Julho de 2009 ficou marcado para seis doentes como a data em que deixaram de ver, após terem sido submetidos a uma cirurgia oftalmológica que lhes prometia uma melhor visão.
A 25 de Agosto, o Hospital de Santa Maria anunciou a constituição da comissão de acompanhamento para avaliar os "eventuais danos e respectivo ressarcimento" dos seis doentes que ficaram sem visão.
Para o hospital, "o número elevado de utentes lesados e os contornos do sucedido justificaram a atribuição de um carácter excepcional ao acompanhamento desta situação, através de um meio célere e alternativo de mediação, inspirado no modelo da arbitragem voluntária".
A comissão de acompanhamento avaliou os relatórios clínicos de avaliação social, perícias médico-legais e demais elementos considerados necessários à instrução integral do processo de avaliação dos eventuais danos e respectiva indemnização.
A comissão é presidida pelo juiz desembargador Eurico Reis e composta também pelo padre Victor Feytor Pinto, coordenador nacional da Pastoral da Saúde, Paula Lobato Faria, da Escola Nacional de Saúde Pública, especialista em Direito da Saúde, Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, e Florindo Esperancinha, presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos.
Os doentes aguardam pela proposta de indemnização e pelo final da investigação do Ministério Público.
Para o Hospital de Santa Maria, o número elevado de utentes lesados e os contornos do sucedido justificaram a atribuição de um carácter excepcional ao acompanhamento desta situação através de um meio célere e alternativo de mediação, inspirado no modelo da arbitragem voluntária.
Uma troca de medicamento na farmácia do hospital esteve na origem da cegueira, segundo o relatório da Polícia Judiciária.
Na sequência disso, o Ministério Público acusou em Dezembro de 2009 um farmacêutico e uma técnica de farmácia e diagnóstico como autores, na forma de dolo eventual e em concurso real, de seis crimes de ofensa à integridade física grave.
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