A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) afecta quase três vezes mais pessoas do que os dados oficiais apontavam para Portugal, revela um estudo apresentado terça-feira em Coimbra, num congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), avança a agência Lusa.
“Apresentou uma prevalência muito superior à oficialmente estabelecida. A anterior era de 5,3% e este estudo apresenta uma prevalência de 14,2%”, revelou Cristina Bárbara, que coordenou este estudo em Portugal integrado no projecto internacional “iniciativa Bold”.
Para caracterizar a prevalência em Portugal, o estudo foi desenvolvido na zona urbana e suburbana de Lisboa, que abarca uma população de 2,7 milhões de pessoas.
Na sua perspectiva, estes resultados têm implicações na abordagem à doença, na afectação de recursos e nas estratégias de diagnóstico e de terapêutica precoce a adoptar.
“Outros dados que este estudo aponta é que à medida que aumenta a carga tabágica aumenta a probabilidade de ter DPOC e à medida que aumenta a faixa etária também aumenta a probabilidade de ter DPOC”, sublinhou, em declarações à agência Lusa.
De acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Robalo Cordeiro, o tabaco influencia no surgimento da DPOC em “mais de 80% das vezes”, o que aconselha a uma intervenção preventiva, em idades muito baixas, para que as pessoas nunca venham a fumar.
Outra conclusão do estudo – segundo aquele responsável – é que há uma doença que em muitos casos não está ainda diagnosticada. A taxa de diagnóstico é de 6,2% e a prevalência da doença é de 14,2%.
Segundo Cristina Bárbara, “outro resultado, de alguma forma inesperado”, por ser desconhecido em Portugal, apesar de já identificado noutros países, é “uma prevalência elevada de DPOC em não fumadores”.
“Face à elevada prevalência encontrada, que foi de 9,2% em não fumadores, obriga a que estejamos atentos ao rastreio destas populações e à investigação de novos factores de risco”, observou.
Cristina Bárbara frisou que em Portugal há uma grande exposição à combustão de biomassa, sobretudo madeiras, em locais fechados, através de fogões de sala e em cozinhas.
“Este estudo foi feito na cidade de Lisboa e arredores. É possível que no Norte do país este problema seja ainda mais premente”, frisou a especialista, por serem mais usuais o aquecimento e os cozinhados a lenha.
O estudo mostra também que “há uma grande exposição profissional a gases, poeiras e fumos nos ambientes de trabalho, que são também factores contributivos” para a doença.
Os resultados da “iniciativa Bold”, agora apresentado pela primeira vez em Portugal, tinham tido a divulgação internacional em Setembro passado em Barcelona, num evento da Sociedade Europeia de Pneumologia.
Segundo Robalo Cordeiro, os resultados deste estudo, feito segundo os mesmos critérios ao de outros países envolvidos, serão publicados em breve na Revista Portuguesa de Pneumologia e tornar-se-ão então oficiais.
Encerrou quarta-feira em Coimbra o XXVI Congresso da SPP, que englobou também o VI Congresso Luso-Brasileiro e que decorria desde o passado domingo.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/news/10994/15/Prevalencia-de-DPOC-em-Portugal-e-tres-vezes-mais-do-que-se-pensava.html
“Apresentou uma prevalência muito superior à oficialmente estabelecida. A anterior era de 5,3% e este estudo apresenta uma prevalência de 14,2%”, revelou Cristina Bárbara, que coordenou este estudo em Portugal integrado no projecto internacional “iniciativa Bold”.
Para caracterizar a prevalência em Portugal, o estudo foi desenvolvido na zona urbana e suburbana de Lisboa, que abarca uma população de 2,7 milhões de pessoas.
Na sua perspectiva, estes resultados têm implicações na abordagem à doença, na afectação de recursos e nas estratégias de diagnóstico e de terapêutica precoce a adoptar.
“Outros dados que este estudo aponta é que à medida que aumenta a carga tabágica aumenta a probabilidade de ter DPOC e à medida que aumenta a faixa etária também aumenta a probabilidade de ter DPOC”, sublinhou, em declarações à agência Lusa.
De acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Robalo Cordeiro, o tabaco influencia no surgimento da DPOC em “mais de 80% das vezes”, o que aconselha a uma intervenção preventiva, em idades muito baixas, para que as pessoas nunca venham a fumar.
Outra conclusão do estudo – segundo aquele responsável – é que há uma doença que em muitos casos não está ainda diagnosticada. A taxa de diagnóstico é de 6,2% e a prevalência da doença é de 14,2%.
Segundo Cristina Bárbara, “outro resultado, de alguma forma inesperado”, por ser desconhecido em Portugal, apesar de já identificado noutros países, é “uma prevalência elevada de DPOC em não fumadores”.
“Face à elevada prevalência encontrada, que foi de 9,2% em não fumadores, obriga a que estejamos atentos ao rastreio destas populações e à investigação de novos factores de risco”, observou.
Cristina Bárbara frisou que em Portugal há uma grande exposição à combustão de biomassa, sobretudo madeiras, em locais fechados, através de fogões de sala e em cozinhas.
“Este estudo foi feito na cidade de Lisboa e arredores. É possível que no Norte do país este problema seja ainda mais premente”, frisou a especialista, por serem mais usuais o aquecimento e os cozinhados a lenha.
O estudo mostra também que “há uma grande exposição profissional a gases, poeiras e fumos nos ambientes de trabalho, que são também factores contributivos” para a doença.
Os resultados da “iniciativa Bold”, agora apresentado pela primeira vez em Portugal, tinham tido a divulgação internacional em Setembro passado em Barcelona, num evento da Sociedade Europeia de Pneumologia.
Segundo Robalo Cordeiro, os resultados deste estudo, feito segundo os mesmos critérios ao de outros países envolvidos, serão publicados em breve na Revista Portuguesa de Pneumologia e tornar-se-ão então oficiais.
Encerrou quarta-feira em Coimbra o XXVI Congresso da SPP, que englobou também o VI Congresso Luso-Brasileiro e que decorria desde o passado domingo.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/news/10994/15/Prevalencia-de-DPOC-em-Portugal-e-tres-vezes-mais-do-que-se-pensava.html
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