07/09/2011 - 09:05
Ler primeiro noticia relacionada: http://transplantes-pulmonares.blogspot.com/2011/09/escandaloso-portugal-hospitais-usam.html
A Sociedade Portuguesa de Transplantação exige “explicações urgentes” ao ministro da Saúde sobre a intenção de cortar verbas para os transplantes, querendo acreditar que se tratou de “um equívoco” e não de uma medida que trará “fatalidades evitáveis”, avança a agência Lusa.
As afirmações constam de uma carta aberta dirigida pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), Fernando Macário, ao ministro Paulo Macedo, datada de dia 1 de Setembro, mas divulgada publicamente na terça-feira.
Em entrevista televisiva, o governante afirmou que é preciso perceber se o país “pode sustentar o actual número de transplantes” e que não há necessidade de haver um incremento no número de transplantes.
“Palavras estranhas que nunca esperei ouvir de ninguém com responsabilidades na política de saúde. Tratou-se seguramente de um equívoco que acredito será desfeito brevemente”, começa por afirmar o presidente da SPT.
Citando dados do Registo Nacional do Tratamento da Doença Renal Crónica Terminal, disponibilizados pelo Gabinete de Registo da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, que coordena, Fernando Macário afirma que em 31 de Dezembro de 2010 Portugal tinha 10.152 doentes em hemodiálise e 660 em diálise peritoneal, dos quais entre 20 a 25 por cento têm indicação para transplante renal.
O responsável exorta então o ministro a explicar a esses doentes que “poderão esperar mais tempo por um transplante”, porque não há necessidade de incrementar o número de transplantes e o país não pode sustentar o número actual.
“Aos doentes com patologia hepática terminal terá que ser explicado que terão menos hipótese de ser transplantados e mais probabilidade de morrer em lista de espera. Aos doentes com insuficiência cardíaca não tratável por outros meios que não o transplante também terá que ser explicado que têm mais probabilidade de morrer sem o transplante chegar. E o mesmo para o transplante pulmonar”, acrescenta.
Para Fernando Macário, trata-se de “explicar o inexplicável”, porque o “transplante não é uma despesa”, é um investimento em vida e em qualidade de vida.
Além disso, avança o responsável, a transplantação de órgãos traz lucros, como o demonstra o facto de o transplante renal ser reconhecidamente mais barato que a diálise e de a maioria dos transplantes permitirem o retorno à vida activa.
Fernando Macário recorda que nos últimos anos Portugal projectou-se no mapa da transplantação mundial com lugar de destaque, sendo líder no transplante renal e hepático com dador cadáver, com números aceitáveis na transplantação cardíaca e em franco crescimento no transplante pulmonar.
“Isso deve ser motivo de orgulho de qualquer ministro da Saúde”, considera, sublinhando que “Portugal não tem um programa de transplantação acima das suas capacidades, tem o programa de transplantação que conquistou com esforço e dedicação de muitos”.
O presidente da SPT termina frisando novamente que são necessárias “explicações urgentes para continuar a acreditar que as listas de espera não serão preenchidas por fatalidades evitáveis”.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, deu a entrevista a 1 de Setembro e logo no dia seguinte o presidente e a coordenadora nacional da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação pediram a demissão, como forma de protesto.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/politica-de-saude/07-09-11/sociedade-de-transplantacao-exige-explicacoes-urgentes-do-min
A Sociedade Portuguesa de Transplantação exige “explicações urgentes” ao ministro da Saúde sobre a intenção de cortar verbas para os transplantes, querendo acreditar que se tratou de “um equívoco” e não de uma medida que trará “fatalidades evitáveis”, avança a agência Lusa.
As afirmações constam de uma carta aberta dirigida pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), Fernando Macário, ao ministro Paulo Macedo, datada de dia 1 de Setembro, mas divulgada publicamente na terça-feira.
Em entrevista televisiva, o governante afirmou que é preciso perceber se o país “pode sustentar o actual número de transplantes” e que não há necessidade de haver um incremento no número de transplantes.
“Palavras estranhas que nunca esperei ouvir de ninguém com responsabilidades na política de saúde. Tratou-se seguramente de um equívoco que acredito será desfeito brevemente”, começa por afirmar o presidente da SPT.
Citando dados do Registo Nacional do Tratamento da Doença Renal Crónica Terminal, disponibilizados pelo Gabinete de Registo da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, que coordena, Fernando Macário afirma que em 31 de Dezembro de 2010 Portugal tinha 10.152 doentes em hemodiálise e 660 em diálise peritoneal, dos quais entre 20 a 25 por cento têm indicação para transplante renal.
O responsável exorta então o ministro a explicar a esses doentes que “poderão esperar mais tempo por um transplante”, porque não há necessidade de incrementar o número de transplantes e o país não pode sustentar o número actual.
“Aos doentes com patologia hepática terminal terá que ser explicado que terão menos hipótese de ser transplantados e mais probabilidade de morrer em lista de espera. Aos doentes com insuficiência cardíaca não tratável por outros meios que não o transplante também terá que ser explicado que têm mais probabilidade de morrer sem o transplante chegar. E o mesmo para o transplante pulmonar”, acrescenta.
Para Fernando Macário, trata-se de “explicar o inexplicável”, porque o “transplante não é uma despesa”, é um investimento em vida e em qualidade de vida.
Além disso, avança o responsável, a transplantação de órgãos traz lucros, como o demonstra o facto de o transplante renal ser reconhecidamente mais barato que a diálise e de a maioria dos transplantes permitirem o retorno à vida activa.
Fernando Macário recorda que nos últimos anos Portugal projectou-se no mapa da transplantação mundial com lugar de destaque, sendo líder no transplante renal e hepático com dador cadáver, com números aceitáveis na transplantação cardíaca e em franco crescimento no transplante pulmonar.
“Isso deve ser motivo de orgulho de qualquer ministro da Saúde”, considera, sublinhando que “Portugal não tem um programa de transplantação acima das suas capacidades, tem o programa de transplantação que conquistou com esforço e dedicação de muitos”.
O presidente da SPT termina frisando novamente que são necessárias “explicações urgentes para continuar a acreditar que as listas de espera não serão preenchidas por fatalidades evitáveis”.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, deu a entrevista a 1 de Setembro e logo no dia seguinte o presidente e a coordenadora nacional da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação pediram a demissão, como forma de protesto.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/politica-de-saude/07-09-11/sociedade-de-transplantacao-exige-explicacoes-urgentes-do-min
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