25/11/2011 - 08:32
Existe uma cada vez maior resistência aos antibióticos, provocada sobretudo pelo seu uso abusivo e incorrecto. É neste cenário que surge a Aliança Portuguesa para a Preservação do Antibiótico (APAPA), cujo objectivo central é evitar que a eficácia do antibiótico entre em vias de extinção. Trata-se de um mercado que envolve muitos milhões de euros, como deu conta à revista Vida Económica José Artur Paiva, um dos promotores daquela associação.
Os antibióticos correm o risco de perderem a sua eficácia. “O número de microrganismos está a aumentar, tanto em ambiente hospitalar como fora. Simultaneamente, o progresso da medicina levou a que muitos doenças, previamente fatais, sejam agora tratáveis, levando a que o número de doentes crónicos e debilitados – e portanto susceptíveis a infecções – aumente. Daí que o número de infecções por bactérias esteja a aumentar e este tipo de infecções seja mais perigoso, mais difícil de tratar e condicionante de maior mortalidade. Aliás, existem já infecções por bactérias virtualmente resistentes a todos os antibióticos”, disse José Artur Paiva, à Vida Económica.
O responsável chama a atenção para o facto de quanto maior e mais inadequada for a utilização de antibióticos, maior é a emergência de bactérias multirresistentes. Adianta a este propósito: “É sabido que, em geral, os países do sul da Europa têm maior consumo de antibióticos e uma maior taxa de bactérias multirresistentes do que os países do Norte. Portugal tem estado entre os 10 países europeus com mais elevado consumo de antibióticos – é o nono, actualmente – e tem uma elevada taxa de multirresistência bacteriana.”
Para inverter esta situação, o responsável daquele grupo de pressão considera fundamental que continue a haver investimento na investigação e no ensaio de novos antibióticos. Mas também é essencial promover o desenvolvimento e a comercialização, aceleradas e facilitadas, de novos antibióticos inovadores e úteis. Faz notar que “os antibióticos são um património da humanidade, graças a eles a mortalidade por doenças infecciosas diminuiu marcadamente nas últimas décadas e a esperança média de vida aumentou exponencialmente”.
A necessidade de informar o público
A APAPA é constituída pela Direcção-geral de Saúde (DGS), o Grupo de Infecção e Sépsis (GIS), enquanto entidades promotoras, cinco administrações regionais de saúde, a Apifarma, a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, a DECO, a Direcção-geral de Veterinária, o Instituto Nacional de Saúde e as ordens dos Enfermeiros, dos farmacêuticos, dos médicos e dos médicos veterinários.
Os objectivos desta aliança passam por “reconhecer que o antibiótico está em risco de extinção e sensibilizar o cidadão para a necessidade de o proteger”. Trata-se de anular a automedicação e fomentar o respeito estrito da prescrição médica, promover a investigação sobre epidemiologia infecciosa e resistências antimicrobianas, bem como emanar e cumprir normas e orientações de utilização de antibióticos.
Destaque ainda para a necessidade de facilitar consultadoria em terapêutica antibiótica e o uso de testes microbiológicos rápidos.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/25-11-11/antibiotico-corre-o-risco-de-entrar-em-vias-de-extincao
Os antibióticos correm o risco de perderem a sua eficácia. “O número de microrganismos está a aumentar, tanto em ambiente hospitalar como fora. Simultaneamente, o progresso da medicina levou a que muitos doenças, previamente fatais, sejam agora tratáveis, levando a que o número de doentes crónicos e debilitados – e portanto susceptíveis a infecções – aumente. Daí que o número de infecções por bactérias esteja a aumentar e este tipo de infecções seja mais perigoso, mais difícil de tratar e condicionante de maior mortalidade. Aliás, existem já infecções por bactérias virtualmente resistentes a todos os antibióticos”, disse José Artur Paiva, à Vida Económica.
O responsável chama a atenção para o facto de quanto maior e mais inadequada for a utilização de antibióticos, maior é a emergência de bactérias multirresistentes. Adianta a este propósito: “É sabido que, em geral, os países do sul da Europa têm maior consumo de antibióticos e uma maior taxa de bactérias multirresistentes do que os países do Norte. Portugal tem estado entre os 10 países europeus com mais elevado consumo de antibióticos – é o nono, actualmente – e tem uma elevada taxa de multirresistência bacteriana.”
Para inverter esta situação, o responsável daquele grupo de pressão considera fundamental que continue a haver investimento na investigação e no ensaio de novos antibióticos. Mas também é essencial promover o desenvolvimento e a comercialização, aceleradas e facilitadas, de novos antibióticos inovadores e úteis. Faz notar que “os antibióticos são um património da humanidade, graças a eles a mortalidade por doenças infecciosas diminuiu marcadamente nas últimas décadas e a esperança média de vida aumentou exponencialmente”.
A necessidade de informar o público
A APAPA é constituída pela Direcção-geral de Saúde (DGS), o Grupo de Infecção e Sépsis (GIS), enquanto entidades promotoras, cinco administrações regionais de saúde, a Apifarma, a Associação Nacional das Farmácias (ANF), a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, a DECO, a Direcção-geral de Veterinária, o Instituto Nacional de Saúde e as ordens dos Enfermeiros, dos farmacêuticos, dos médicos e dos médicos veterinários.
Os objectivos desta aliança passam por “reconhecer que o antibiótico está em risco de extinção e sensibilizar o cidadão para a necessidade de o proteger”. Trata-se de anular a automedicação e fomentar o respeito estrito da prescrição médica, promover a investigação sobre epidemiologia infecciosa e resistências antimicrobianas, bem como emanar e cumprir normas e orientações de utilização de antibióticos.
Destaque ainda para a necessidade de facilitar consultadoria em terapêutica antibiótica e o uso de testes microbiológicos rápidos.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/25-11-11/antibiotico-corre-o-risco-de-entrar-em-vias-de-extincao
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