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Os doentes entram para a câmara. Cada um tem uma máscara para a inalação do oxigénio |
Cerca de 20 pessoas, com as mais variadas maleitas, entram em fila para uma das duas câmaras hiperbáricas instaladas numa das salas do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica, do Hospital da Marinha, em Lisboa, fundado em 1989.
Desta vez, o equipamento número dois, tecnologicamente mais avançado, foi reservado para uma paciente proveniente dos Cuidados Intensivos do Hospital Pulido Valente, com um quadro clínico de meningite. Apesar do diagnóstico inspirar cuidados, foi uma úlcera numa das pernas que a levou ao centro para o
tratamento de oxigenoterapia hiperbárica, modalidade terapêutica bastante desenvolvida nos últimos anos.
"A oxigenoterapia hiperbárica consiste na inalação de oxigénio puro em ambiente hiperbárico, ou seja, a uma pressão equivalente àquela que é sentida num mergulho de 15 metros de profundidade", explica Francisco Gamito Guerreiro, director do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica, acrescentando que os benefícios para a saúde são amplos e devidamente comprovados clinicamente.
"Este tratamento, realizado em sessões de 90 minutos, aumenta vinte vezes a quantidade de oxigénio dissolvido no plasma. Ao inalarmos cem por cento de oxigénio vamos conseguir melhorar a circulação e a chegada do oxigénio aos tecidos, bem como estimular a abertura dos vasos sanguíneos paralelos, promovendo a sua regeneração e controlo da infecção", revelou o pneumologista de formação.
Embora estejam a decorrer diversos estudos com vista a futuras indicações terapêuticas, nomeadamente para o tratamento de abcessos pulmonares, o centro tem dado provas de que é uma instituição de referência no tratamento de inúmeras patologias. Destacam-se os casos de surdez súbita e de intoxicações por dióxido de carbono, situações que sofreram um aumento significativo nos últimos anos.
Segundo Francisco Gamito Guerreiro, cerca de 90 por cento dos casos recebidos no Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica são intoxicações por monóxido de carbono. "Temos tido muitos casos e não sabemos até que ponto esse facto não reflecte o aumento das dificuldades económicas e o retorno às braseiras", disse.
Desde Janeiro, tivemos 75 episódios de urgência. Se tivermos em conta os casos desde Novembro até hoje, contabilizamos 110/120 casos de urgência", concluiu o especialista.
Fonte:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/saude/terapia-usa-oxigenio-para-regenerar
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