04/04/2012 - 09:11
Os partidos da oposição vão questionar quarta-feira o ministro da Saúde sobre a cobrança de taxas moderadoras a doentes com fibrose quística, uma doença crónica que o PSD garante estar abrangida pela isenção, mas que os hospitais ignoram, avança a agência Lusa.
A Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ) foi esta terça-feira recebida pelos vários grupos parlamentares para exigir a isenção de pagamento de taxas moderadoras, à semelhança do que acontece com outras doenças crónicas.
Salientando que, antes da alteração das taxas moderadores, os portadores de fibrose quística estavam isentos, a APFQ alerta que o não isentar menos de 300 pessoas, acaba por acarretar gastos acumulados a médio e longo prazo muito superiores para o Serviço Nacional de Saúde.
Em declarações à Lusa, o presidente da APFQ, Amândio Ferreira, afirmou que PS, PCP e BE garantiram que irão questionar o ministro da tutela sobre esta matéria durante a Comissão de Saúde, que decorre quarta-feira de manhã.
O responsável afirmou que o PSD garantiu que a fibrose quística está abrangida pelos cem por cento de isenção.
“O PSD garantiu que a circular da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) define que todas as doenças crónicas estão isentas e que a especificação das doenças apresentadas de seguida é apenas uma exemplificação e não uma enumeração das que estão abrangidas”, afirmou.
Amândio Ferreira disse que esclareceu então o deputado de que os hospitais estão a cobrar taxa moderadora a estes doentes, instando-os a pagar e a provar depois se realmente estão isentos.
A Fibrose Quística (FQ) é uma doença genética, que afecta perto de 300 pessoas em Portugal, a grande maioria crianças, jovens e jovens adultos.
Trata-se de uma doença caracterizada por uma falência pulmonar progressiva, mas também problemas pancreáticos, hepáticos, intestinais e nas glândulas sudoríparas.
As alterações pulmonares são responsáveis por 90% da morbilidade e mortalidade, já que evoluem frequentemente para insuficiência respiratória.
Estes doentes são obrigados ir a consultas clínicas, a fazer exames de diagnóstico e a fisioterapia frequentes, de forma a apostar na prevenção da deterioração clínica.
Segundo Amêndio Ferreira, os portadores de fibrose quística gastam agora uma média de 140 euros por mês, “só para os tratamentos básicos”, um “valor difícil de suportar e que vai fazer com que os doentes comecem a abandonar tratamentos preventivos que são determinantes para o seu futuro”.
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Exmos
Senhores,
Depois de ter recebido hoje o telefonema da Sra. D. Margarida Mena quero voltar a deixar bem claro que a minha "carta aberta" é pessoal e APENAS como paciente de FQ e Transplantada Pulmonar.
Não estou ligada a nenhum partido, nem ao bloco de esquerda, nem a nada.
Fiz esta carta na consciência de que algo deveria ser feito, na perspectiva dos pacientes de FQ e tão só. Também na nossa perspectiva, as duas associações deveriam unir esforços e é lamentável que assim não seja, ao fim de tantos anos.
No fim do telefonema a Sra. D. Margarida Mena, tendo percebido que não estou ligada a nenhum partido, acabou por me dizer que até tinha feito bem porque e usando as suas palavras "eles nem sabem o que é a FQ".
Assim, fico agradecida e espero receber boas novas da vossa parte relativamente ao assunto das isenções que foram retiradas à FQ.
Atentamente,
Sandra Campos
Depois de ter recebido hoje o telefonema da Sra. D. Margarida Mena quero voltar a deixar bem claro que a minha "carta aberta" é pessoal e APENAS como paciente de FQ e Transplantada Pulmonar.
Não estou ligada a nenhum partido, nem ao bloco de esquerda, nem a nada.
Fiz esta carta na consciência de que algo deveria ser feito, na perspectiva dos pacientes de FQ e tão só. Também na nossa perspectiva, as duas associações deveriam unir esforços e é lamentável que assim não seja, ao fim de tantos anos.
No fim do telefonema a Sra. D. Margarida Mena, tendo percebido que não estou ligada a nenhum partido, acabou por me dizer que até tinha feito bem porque e usando as suas palavras "eles nem sabem o que é a FQ".
Assim, fico agradecida e espero receber boas novas da vossa parte relativamente ao assunto das isenções que foram retiradas à FQ.
Atentamente,
Sandra Campos
(11.06.2012)
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