15/03/2013 - 12:06
Cerca de 800 mil portugueses sofrem de doença renal crónica. Todos os anos surgem dois mil novos casos, outros dois mil aguardam em lista de espera para um transplante renal. São dados a reter neste Dia Mundial do Rim, a propósito do qual a Rádio Renascença foi conhecer a história de uma filha que doou um rim à sua mãe.
Trata-se de um dos primeiros casos de doação de órgãos entre familiares, só possível depois da alteração da legislação em 2007. Desde essa altura, qualquer pessoa pode ser dadora de órgãos em vida, independentemente de haver relação de parentesco.
“A minha mãe já era insuficiente renal há cerca de 10 anos”, conta Manuela Bettencourt à Renascença, acrescentado que “estava a chegar a uma situação em que se tornava essencial tomar atitude”.
Decisão tomada de ser dadora, o problema foi a burocracia. “O próprio Estado não facilitou as coisas. No hospital porque eu sou filha e ela é a mãe e normalmente estas situações são contrário”, explica.
Governo quer que número de doentes que fazem diálise em casa passe de 7 para 14%
Para quem o dia do transplante ainda não chegou, a hemodiálise é praticamente a única solução para a doença. O Governo quer que, até final de 2014, o número de pacientes que fazem diálise em casa passe de 7 para 14%.
A técnica já existe há vários anos, mas a adesão dos doentes ainda é reduzida, mas são várias as vantagens, enumera Ana Lourenço, enfermeira do Hospital de Setúbal.
“A grande vantagem é a pessoa fazer sozinha em casa, não se precisa deslocar”, refere, explicando que “há sempre a possibilidade das pessoas fazerem as mudanças de quatro em quatro horas ou fazer durante a noite, através de uma máquina que as empresas também podem deixar”.
O aumento da diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares faz disparar o número de doentes renais. Nesta altura são 16 mil os doentes em tratamento de substituição da função renal, dois terços em diálise.
Portugal é o país da Europa com maior taxa de incidência de insuficiência renal crónica. Neste Dia Mundial do Rim a aposta é na prevenção, com a realização de rastreios com medição de glicemia e da tensão arterial.
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