24/02/2014 - 12:34
O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que os medicamentos contendo metisergida podem causar fibrose, avança o Infarmed.
A metisergida é um medicamento que tem sido usado na União Europeia na prevenção de enxaqueca (com e sem aura) e outros tipos de cefaleias pulsáteis.
Em Portugal, não existem medicamentos com autorização de introdução no mercado contendo metisergida.
O CHMP concluiu que os medicamentos contendo metisergida devem ser apenas utilizados na prevenção de enxaquecas graves e cefaleias em salvas, quando outros medicamentos não tenham tido efeito terapêutico.
O tratamento com metisergida deve ser iniciado e supervisionado por um médico com experiência no tratamento de enxaquecas e cefaleias em salvas. Os doentes devem ser sujeitos a uma avaliação prévia ao início do tratamento, e novamente após 6 meses de terapêutica, com metisergida para despiste de fibrose. O tratamento deve ser descontinuado se surgirem sintomas de fibrose.
Os sintomas de fibrose demoram algum tempo a aparecer pelo que, sem uma avaliação o diagnóstico pode ser tardio, não prevenindo lesões graves nos órgãos.
Em relação aos benefícios, o CHMP verificou que existem evidências quando a metisergida é usada na prevenção de enxaquecas ou cefaleias em salvas, em doentes com episódios regulares, e para os quais as opções de tratamento são limitadas. A metisergida foi também usada no tratamento de diarreia causada por doença oncológica, no entanto não existem dados suficientes para suportarem esta indicação pelo que não deve continuar a ser utilizada.
A opinião do CHMP será agora enviada para a Comissão Europeia (CE) que tomará uma decisão vinculativa para toda a Europa.
A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar toda a informação disponível sobre este assunto.
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