2253 esperam rim
De acordo com dados do Centro de Histocompatibilidade do Sul, há 2253 portugueses à espera de rim, menos 22 do que em 2008. A espera pode ser de vários anos
13 na lista de pulmão
Em Santa Marta, a espera por um ou dois pulmões pode ascender a seis meses. Actualmente, estão inscritas em lista 13 pessoas, algumas das quais podem ir a Espanha
274 cirurgias a fígado
Em 2008, foram realizados 274 transplantes hepáticos e 42 cardíacos. A espera é baixa e as mortes ocorrem quando os doentes chegam tarde, embora haja casos de falta de órgãos compatíveis
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Portugal é um exemplo na colheita e transplantação de órgãos mas, tal como outros países, lida com a escassez. No pulmão, as cirurgias vão triplicar em 2009.
Em 2008, terão morrido pelo menos 114 pessoas enquanto aguardavam um transplante. A escassez de órgãos é um problema mundial. Só na Europa, morrem dez pessoas por dia. "Em Portugal, morreram pelo menos 101 pessoas em lista de espera por um rim, em 2008", diz ao DN fonte do Centro de Histocompatibilidade do Sul. No entanto, o País está em segundo lugar a nível mundial nos transplantes renais e em primeiro nos de fígado. No mesmo ano, morreram quatro doentes em lista de espera por um fígado, mais seis por um coração e entre três e quatro esperavam transplante de pulmão.
A lista de espera é maior para o rim, "uma vez que se pode sobreviver muitos anos sem rins, através da hemodiálise ", diz Hélder Trindade, director do CHS. Na verdade, há 2253 portugueses inscritos em lista, menos do que em 2008, porque foi reforçado o volume de transplantes graças à colheita. No entanto, muitas mortes não se devem a complicações renais, mas sim a outras doenças.
Mais difícil é encontrar um coração ou um fígado compatível. Nestes casos, tal como no pulmão, quem precisa não pode esperar muito tempo. José Fragata , director do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta, diz que estão 13 doentes inscritos na lista para transplante de pulmão. Mas "anualmente, entre 25 a 30 doentes vão precisar de um ou dois pulmões". Ao contrário de outros órgãos, "apenas 10% a 20% dos pulmões colhidos estão aptos a ser usados. A percentagem sobe a 50% na colheita de corações e a 80% a 90% no rim", explica.
Muitos estão degradados ou são de fumadores. A isto, junta-se a dificuldade em encontrar órgãos compatíveis. É por essa razão que há um intercâmbio com outros países, especialmente com Espanha.
De acordo com Maria João Aguiar, coordenadora nacional das unidades de colheita da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, foram "oferecidos a Espanha pulmões de oito dadores, sendo que os de três foram transplantados em portugueses". Em 2008, seis portugueses receberam pulmões em Espanha, mas as ofertas superaram a dezena, porque não havia receptor compatível em Portugal.
Nos últimos dois anos, têm sido realizados quatro transplantes de pulmões anualmente. Um número que já duplicou este ano. "Até agora fizemos nove transplantes, mas contamos acabar o ano com 12", diz ao DN José Fragata.
A unidade de Lisboa é a única a transplantar pulmões em Portugal, uma vez que a dos Hospitais Universitários de Coimbra ainda não avançou com um programa. A actividade começou em 2001, com um transplante, e tem subido progressivamente.
José Fragata diz que "houve um reforço ligeiro de recursos, sobretudo na área da pneumologia. No entanto, o salto que demos foi muito superior aos meios, que ainda são escassos", conta. E dá o exemplo da equipa nacional, de 12 pessoas, quando equipas espanholas terão entre 25 a 40 por unidade. A boa gestão da equipa e a sua sensibilização foram os principais motivos do acréscimo. Assim, "é possível fazermos 12 a 15 cirurgias anuais".
Portugal é um exemplo na colheita e transplantação de órgãos mas, tal como outros países, lida com a escassez. No pulmão, as cirurgias vão triplicar em 2009.
Em 2008, terão morrido pelo menos 114 pessoas enquanto aguardavam um transplante. A escassez de órgãos é um problema mundial. Só na Europa, morrem dez pessoas por dia. "Em Portugal, morreram pelo menos 101 pessoas em lista de espera por um rim, em 2008", diz ao DN fonte do Centro de Histocompatibilidade do Sul. No entanto, o País está em segundo lugar a nível mundial nos transplantes renais e em primeiro nos de fígado. No mesmo ano, morreram quatro doentes em lista de espera por um fígado, mais seis por um coração e entre três e quatro esperavam transplante de pulmão.
A lista de espera é maior para o rim, "uma vez que se pode sobreviver muitos anos sem rins, através da hemodiálise ", diz Hélder Trindade, director do CHS. Na verdade, há 2253 portugueses inscritos em lista, menos do que em 2008, porque foi reforçado o volume de transplantes graças à colheita. No entanto, muitas mortes não se devem a complicações renais, mas sim a outras doenças.
Mais difícil é encontrar um coração ou um fígado compatível. Nestes casos, tal como no pulmão, quem precisa não pode esperar muito tempo. José Fragata , director do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta, diz que estão 13 doentes inscritos na lista para transplante de pulmão. Mas "anualmente, entre 25 a 30 doentes vão precisar de um ou dois pulmões". Ao contrário de outros órgãos, "apenas 10% a 20% dos pulmões colhidos estão aptos a ser usados. A percentagem sobe a 50% na colheita de corações e a 80% a 90% no rim", explica.
Muitos estão degradados ou são de fumadores. A isto, junta-se a dificuldade em encontrar órgãos compatíveis. É por essa razão que há um intercâmbio com outros países, especialmente com Espanha.
De acordo com Maria João Aguiar, coordenadora nacional das unidades de colheita da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, foram "oferecidos a Espanha pulmões de oito dadores, sendo que os de três foram transplantados em portugueses". Em 2008, seis portugueses receberam pulmões em Espanha, mas as ofertas superaram a dezena, porque não havia receptor compatível em Portugal.
Nos últimos dois anos, têm sido realizados quatro transplantes de pulmões anualmente. Um número que já duplicou este ano. "Até agora fizemos nove transplantes, mas contamos acabar o ano com 12", diz ao DN José Fragata.
A unidade de Lisboa é a única a transplantar pulmões em Portugal, uma vez que a dos Hospitais Universitários de Coimbra ainda não avançou com um programa. A actividade começou em 2001, com um transplante, e tem subido progressivamente.
José Fragata diz que "houve um reforço ligeiro de recursos, sobretudo na área da pneumologia. No entanto, o salto que demos foi muito superior aos meios, que ainda são escassos", conta. E dá o exemplo da equipa nacional, de 12 pessoas, quando equipas espanholas terão entre 25 a 40 por unidade. A boa gestão da equipa e a sua sensibilização foram os principais motivos do acréscimo. Assim, "é possível fazermos 12 a 15 cirurgias anuais".
(jornalista Diana Mendes)
Publicado hoje no DN:
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Sandra Campos
30 Set 2009, às 17:16 - Portugal - Lisboa
O meu nome é Sandra Campos e sou transplantada pulmonar, não em Portugal, mas em Espanha no hospital de La Corunha. Tenho um blog dedicado aos Transplantes Pulmonares e hoje, curiosamente, depois de ter lido a vossa noticia e de a ter publicado no blog, http://transplantes-pulmonares.blogspot.com, continuo a receber pedidos de ajuda que indicam que continua tudo muito mal em Portugal"
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1376525#Post395944