Crianças saudáveis ficam de fora das primeiras fases e só começam a ser vacinadas no próximo ano. Doentes precisam de apresentar declaração passada pelo médico, sob compromisso de honra, para receber a vacina
Até ao final do ano, o Ministério da Saúde (MS) espera vacinar um milhão de portugueses contra a gripe A - um terço dos três milhões previstos, incluindo os profissionais de saúde "essenciais" e as grávidas com doenças graves. De fora ficam, nesta primeira fase, as crianças saudáveis, um dos grupos mais afectados pela gripe A de acordo com os especialistas - a principal diferença em relação às estratégias de outros países.
A campanha de vacinação começa no próximo dia 26, com a chegada das primeiras 49 mil doses, mas os utentes só serão vacinados se apresentarem uma declaração do médico assistente que, sob o compromisso de honra, comprove que a pessoa cumpre os critérios definidos pelo Ministério para cada fase.
Critérios que foram finalmente explicados ontem pela ministra Ana Jorge. Como Portugal "vai receber a vacina por tranches" nos próximos meses, foram definidos três grandes grupos de pessoas (ver lista) que devem ser vacinadas à medida que as doses vão chegando. E mesmo dentro dos grupos, há pessoas mais prioritárias do que outras, acrescentou. Por exemplo, as primeiras 49 mil doses serão para os profissionais de saúde considerados "essenciais" e para as grávidas no segundo e terceiro trimestre com doenças graves, como asma ou diabetes.
Só depois, na segunda semana, serão vacinadas as restantes grávidas. Seguem-se os doentes com "asma moderada a grave" - e o MS especifica quais as condições exactas para se considerar que um doente precisa da vacina. E como as crianças com menos de seis meses não podem ser vacinado, há instruções para imunizar familiares de bebés doentes.
Ainda nesta primeira fase deverão ser vacinados os titulares de órgãos de soberania - como a própria Ana Jorge, que usou o seu exemplo para garantir que confia na eficácia e segurança da vacina. Este grupo inclui também profissionais "que desempenhem funções essenciais" ao País. De acordo com a ministra, cabe às instituições e empresas definir o número restrito destes profissionais - "os imprescindíveis, que não são assim tantos", nas palavras da ministra. Segundo o Direcção da PSP, por exemplo, os primeiros a ser vacinados na corporação serão os polícias que desempenham funções de atendimento ao público - 16% do total do efectivo definido para imunização.
Só em Janeiro, em princípio, começarão a ser vacinados os utentes do segundo grupo, que inclui a maior parte dos doentes crónicos, com menos de 65 anos, e outros profissionais de saúde que tenham contacto directo com os doentes. A Direcção-Geral anunciará a passagem de fase.
(Jornalista: Patricia Jesus)
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