Segunda vítima do vírus H1N1 foi ontem registada no Porto. No entanto, o índice de mortalidade está muito abaixo do inicialmente previsto para o País, fixando-se em 0,015%, quando era previsível uma taxa entre 0,2% e 0,5%
O Hospital de São João (no Porto) registou ontem a segunda morte em Portugal na sequência da gripe A. De acordo com o Ministério da Saúde e o hospital, o homem de 53 anos morreu na sequência de uma pneumonia bilateral (nos dois pulmões), mas não tinha qualquer doença prévia. Numa altura em que Portugal regista cerca de 13 600 casos de gripe por H1N1 "era de esperar que registássemos pelo menos entre 50 a cem casos de mortes", diz ao DN Jaime Nina, virologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com o relatório semanal do Ministério da Saúde (ver caixa) foram registados 1772 casos de infecção pelo vírus H1N1 na última semana, o que sobe para cerca de 13 600 o número acumulado de casos. Perante os únicos dois casos fatais, estaremos perante um índice de mortalidade de 0,015%, muito abaixo da média prevista entre 0,2% e 0,5%.
Os especialistas têm tido dificuldade em explicar a reduzida mortalidade que tem afectado Portugal, que tem fintado até as expectativas mais optimistas. Jaime Nina refere que "os idosos, com mais patologias, costumam ser mais afectados. Mas não nesta pandemia. Possivelmente, "os idosos terão contactado com um vírus semelhante durante a epidemia de 77/8 e ficaram protegidos. Parte dos nossos resultados devem-se ao facto de estarem a ser poupados, ao contrário das grávidas".
O homem que ontem morreu no Hospital de São João estava internado desde dia 14 de Setembro. Embora saudável, não resistiu à infecção. A morte foi "regis- tada às cinco da manhã, tendo sido elaborado um relatório exaustivo para o Ministério da Saúde", disse Fernanda Barros, chefe de equipa da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, no Porto.
A primeira vítima directa do vírus da gripe A morreu no final de Setembro e tinha 49 anos. Tal como o caso ontem registado, o candidato do CDS-PP à Câmara de Ourém também não tinha qualquer doença prévia.
De acordo com várias unidades hospitalares contactadas pelo DN, há poucos casos críticos actualmente em tratamento. Manuel Delgado, administrador do Hospital Curry Cabral, refere que a unidade de cuidados intensivos "apenas continua a tratar a grávida que entrou há mais de 40 dias. Não temos prognóstico, uma vez que a senhora tão depressa melho- ra como piora", refere. No Santo António não estão internados doentes com gripe A e, no São João, apenas se mantém em tratamento um segundo caso "há menos de um mês", diz fonte da unidade.
Jaime Nina explica por que razão pessoas saudáveis acabam por não resistir à gripe A: "Todas as pessoas são diferentes no que diz respeito à resposta à infecção. Há indivíduos que nem sequer têm sintomas e foram infectadas. Um dia vêm a saber isso porque verificam que estão imunizados; outros não resistem a doenças aparentemente benignas."
A variabilidade não está no vírus, mas nas pessoas. O facto de termos uma resposta diferente "é uma vantagem. É o nosso seguro de que se houver uma doença mortífera, haverá sempre alguém que vai sobreviver", conclui.
Jornalista: Diana Mendes
Olá,
ResponderEliminarComo estás?
Tens aqui um belo blog, muito pedagógico. Parabéns!
Tudo de bom.
Bjs