Filomena Carvalho com 48 anos tinha uma fibrose pulmonar e foi enviada pelo hospital de S. Marcos de Braga, pelo Dr. João Cunha, para o Hospital J. Canalejo na La Corunha.
Esteve cerca de um ano a viver na Corunha: Chegada a 28 Outubro 2007; Entrada em Lista de Espera em 18 Dezembro de 2007; Transplante a 14 de Setembro de 2008 e a Alta Hospitalar foi em 19 Dezembro 2008.
Já voltou a Portugal e, neste momento, as revisões estão ser feitas de 2 em 2 meses, deslocando-se entre os 2 países numa ambulância da Cruz Vermelha.
Tem uma filha de 17 anos que, tal como todos os filhos vitimas destas situações, sofreu muito - "Ficou em casa de uma tia, teve um problema de tiróide e não passou o ano. Só agora está cada vez mais tranquila ao ver as milhas melhoras graças ao Transplante Pulmonar" - conta Filomena.
Casada há 18 anos, é o seu marido - Alfredo Parente - de 43 anos que a acompanha nestas viagens para as revisões médicas.
Recorda como ficou a oxigénio no ano de 2005, sem baixa por doença e em cadeira de rodas - "São momentos muito duros" - "desabafa - "Cheguei a pagar 300€/mês para ter direito ao oxigénio liquido (1*ver nota em rodapé) - "A minha outra irmã teve que se desempregar para estar comigo enquanto aguardava pelo dia do Transplante" - "Ficámos em casa da D. Pilar - uma pessoa incrivelmente boa! É ela que recebe quase todos os portugueses quando já não podem esperar pelo Transplante no Hotel de Pacientes (2*ver nota em rodapé).
Muitos portugueses optam pela conhecida "casa da D. Pilar" - comenta Filomena - "Onde se sentem muito apoiados e quase em família" - "Neste momento estão 5 portugueses em casa da D. Pilar e respectivos acompanhantes".
Aproveito para vos dizer que também conheço a D. Pilar e que farei também uma mini-reportagem sobre esta fantástica mulher - uma pessoa com uma experiência de vida também única e com a qual todos temos muito a aprender.
NOTAS DE RODAPÉ:
Aproveito este testemunho para deixar aqui 2 alertas:
1* - O oxigénio liquido (para mochila portátil) fornecido pela Gasin e Vital Aire, só é grátis para determinados regimes de saúde; outros infelizmente têm que ser pagos.
Estive outro dia no "Dia do não fumador" e foi entregue nas mãos do Director Geral da DGS uma petição por escrito para o Governo repensar esta situação.
2* - O Hotel de Pacientes - O tempo médio permitido de permanência no hotel são 2 meses - normalmente o tempo necessário para todo o tipo de testes até se receber uma carta a dizer que formalmente está em lista de espera para o Hospital J. Canalejo e que não pode sair da Corunha até ao dia da alta médica - Após estes 2 meses é necessário procurar uma pensão, um quarto, etc que esteja perto do hospital e onde vão fornecer o oxigénio. Esta é uma situação prevista quando um paciente vai para a Corunha e o próprio hospital de origem já está devidamente informado sobre o que tem que fazer e as despesas que tem que pagar ao paciente e acompanhante.
Sem comentários:
Enviar um comentário