Hospital de Santo António fez mais de 100 transplantes de pâncreas em 10 anos
O Hospital de Santo António é o "único" no país a realizar, desde há 10 anos, o transplante de pâncreas, tendo efectuado neste período 111 cirurgias, disse o director do programa reno-pancreático daquela unidade hospitalar.
Em declarações à agência Lusa, a propósito do 10.º aniversário do programa, Manuel Teixeira considerou que a existência de um único centro em Portugal a realizar transplantes de pâncreas é suficiente para as necessidades do país, mas "a nível social origina problemas graves".
"O número de transplantes necessários talvez não justifique a existência de mais centros, mas isso acarreta um terrível problema social, uma vez que um doente transplantado do Algarve, por exemplo, tem de se deslocar ao Norte uma vez por semana, de início, e depois de 15 em 15 dias. A situação piora quando há complicações", sublinhou Manuel Teixeira.
Do ponto de vista social "talvez se justifique criar mais um centro no Sul", mas, considerou o cirurgião, isso dificilmente ocorrerá, uma vez que "por mais que se deseje o número de órgãos aproveitáveis não deve ultrapassar os 60 por ano".
Por outro lado, sustentou, "do ponto de vista técnico, se esses 60 pâncreas, colhidos anualmente, forem concentrados num único centro, isso proporciona mais experiência e maior capacidade de formação de pessoas".
Segundo Manuel Teixeira, anualmente fazem-se "cerca de 100 colheitas em cadáveres com menos de 45 anos (idade limite), mas destes há muitos que não é possível aproveitar, por várias razões".
Em lista de espera encontram-se cerca de 30 doentes, muitos dos quais terão de esperar "um ano ou ano e meio pela sua vez", disse.
Desde 2000, ano em que foi iniciado o programa, o "Santo António" realizou 111 transplantes, 106 de rim e pâncreas e cinco de pâncreas.
"A evolução é notória e prova disso mesmo é o facto de se ter passado de apenas três transplantes realizados em 2000 para vinte em 2009", considerou
Este tipo de intervenção surge da necessidade clínica revelada maioritariamente por quem sofre de insuficiência renal e diabetes.
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