segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nova unidade de transplante do pâncreas abre no Porto

Foto - António Ferreira, que cegou e perdeu uma perna para a diabetes e sofria de insuficiência renal, é telefonista e é funcionalmente autónomo

António Pinto Ferreira, 42 anos, tem um percurso de vida único: diabético tipo 1 desde criança, insuficiente renal, perdeu a visão e uma perna, fez 13 cirurgias e um transplante duplo (rim e pâncreas). Aos 42 anos, porém, não podia ser um homem mais feliz.


Nova unidade de transplante do pâncreas abre no Porto
António Ferreira, que cegou e perdeu uma perna para a diabetes e sofria de insuficiência renal, é telefonista e é funcionalmente autónomo


Um telefonema, naquela terça-feira ao fim da tarde, já lá vão dez anos, foi o ponto de viragem. Tinha 32 anos e estava a tentar ajustar-se à condição de "diabético insuficiente renal invisual". A chamada era do Hospital de Santo António, no Porto, e a mensagem urgente: havia um rim e um pâncreas compatíveis e disponíveis para transplante imediato.

Era de madrugada quando entrou no bloco e, horas mais tarde, saiu para uma recuperação de sete meses. Foi o primeiro transplantado de pâncreas do Santo António, única unidade hospitalar do país que transplanta esse órgão. No total, são 116 os insuficientes renais diabéticos que já beneficiaram deste procedimento desde 2000, refere Rui Almeida, director do Conselho de Transplantação e um dos especialistas que realizou a primeira intervenção.

Hoje, vai ser inaugurada a nova Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática, orçada em 195 mil euros, com 12 camas.

Os transplantes pancreáticos são geralmente acompanhados de transplante do rim. Desde 2000, o número de casos anuais passou de apenas três para 20, em 2009. "Ainda há muita gente que não sabe que a diabetes tipo 1 tem cura através de transplante", enfatiza António Ferreira.

A recuperação foi lenta, mas estava a correr bem até sofrer mais um revés: a diabetes, depois de lhe ter roubado a visão, obrigou à amputação de uma perna. Em Junho de 2001, António viveu um dos poucos momentos de desespero. "Adaptei-me bem à cegueira, o transplante também não me causou qualquer confusão. Mas, quando dei por mim cego, amputado, numa cadeira de rodas, fui- -me abaixo".

Porém, o estado de prostração não durou muito. António Ferreira é feito da massa rara da resiliência e atirou-se à reabilitação com a mesma dedicação com que se tornou um invisual autónomo. Em breve, usava a prótese e reaprendeu a andar, com a ajuda de Pedro Ribeiro, professor de Mobilidade no Centro de Reabilitação da Areosa.

Telefonista e feliz

Ignorou as dores e as feridas causadas pela prótese e nunca se vitimizou. Fez um curso de formação profissional e, actualmente, é telefonista. Precisamente no Hospital de Santo António.

"Sinto-me um privilegiado, um homem de sorte. Lutei muito pela minha saúde e consegui tudo o queria", afirma António Ferreira. A força vai buscá-la "às experiências da vida", à "dureza" das provas que superou. "Sou positivo, acredito em mim. Sou feliz."

É completamente autónomo e funcional. Desloca-se sozinho, executa o trabalho sem dificuldade e utiliza a informática e a internet. Por realizar, tem apenas um sonho: conseguir comprar uma casa e, eventualmente, constituir uma família.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1583048

1 comentário:

  1. Exemplo raro de um lutador, não desistir e ter Fé.
    Aos poucos os nossos hospitais, e a competência dos seus profissionais, estão a conquistar terreno em áreas impensáveis à anos atrás.
    Tudo de bom António Ferreira, continue positivo, força
    isabel ferreira -

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