Foto - António Ferreira, que cegou e perdeu uma perna para a diabetes e sofria de insuficiência renal, é telefonista e é funcionalmente autónomo
António Pinto Ferreira, 42 anos, tem um percurso de vida único: diabético tipo 1 desde criança, insuficiente renal, perdeu a visão e uma perna, fez 13 cirurgias e um transplante duplo (rim e pâncreas). Aos 42 anos, porém, não podia ser um homem mais feliz.
Nova unidade de transplante do pâncreas abre no Porto
António Ferreira, que cegou e perdeu uma perna para a diabetes e sofria de insuficiência renal, é telefonista e é funcionalmente autónomo
Um telefonema, naquela terça-feira ao fim da tarde, já lá vão dez anos, foi o ponto de viragem. Tinha 32 anos e estava a tentar ajustar-se à condição de "diabético insuficiente renal invisual". A chamada era do Hospital de Santo António, no Porto, e a mensagem urgente: havia um rim e um pâncreas compatíveis e disponíveis para transplante imediato.
Era de madrugada quando entrou no bloco e, horas mais tarde, saiu para uma recuperação de sete meses. Foi o primeiro transplantado de pâncreas do Santo António, única unidade hospitalar do país que transplanta esse órgão. No total, são 116 os insuficientes renais diabéticos que já beneficiaram deste procedimento desde 2000, refere Rui Almeida, director do Conselho de Transplantação e um dos especialistas que realizou a primeira intervenção.
Hoje, vai ser inaugurada a nova Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática, orçada em 195 mil euros, com 12 camas.
Os transplantes pancreáticos são geralmente acompanhados de transplante do rim. Desde 2000, o número de casos anuais passou de apenas três para 20, em 2009. "Ainda há muita gente que não sabe que a diabetes tipo 1 tem cura através de transplante", enfatiza António Ferreira.
A recuperação foi lenta, mas estava a correr bem até sofrer mais um revés: a diabetes, depois de lhe ter roubado a visão, obrigou à amputação de uma perna. Em Junho de 2001, António viveu um dos poucos momentos de desespero. "Adaptei-me bem à cegueira, o transplante também não me causou qualquer confusão. Mas, quando dei por mim cego, amputado, numa cadeira de rodas, fui- -me abaixo".
Porém, o estado de prostração não durou muito. António Ferreira é feito da massa rara da resiliência e atirou-se à reabilitação com a mesma dedicação com que se tornou um invisual autónomo. Em breve, usava a prótese e reaprendeu a andar, com a ajuda de Pedro Ribeiro, professor de Mobilidade no Centro de Reabilitação da Areosa.
Telefonista e feliz
Ignorou as dores e as feridas causadas pela prótese e nunca se vitimizou. Fez um curso de formação profissional e, actualmente, é telefonista. Precisamente no Hospital de Santo António.
"Sinto-me um privilegiado, um homem de sorte. Lutei muito pela minha saúde e consegui tudo o queria", afirma António Ferreira. A força vai buscá-la "às experiências da vida", à "dureza" das provas que superou. "Sou positivo, acredito em mim. Sou feliz."
É completamente autónomo e funcional. Desloca-se sozinho, executa o trabalho sem dificuldade e utiliza a informática e a internet. Por realizar, tem apenas um sonho: conseguir comprar uma casa e, eventualmente, constituir uma família.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1583048
Dedico este blog ao meu Transplante Pulmonar que me salvou a vida, no dia 9 de Maio de 2005 e ao meu Transplante Renal com dador vivo, no dia 25 de Março de 2015, ambos realizados no Hospital Juan Canalejo, na La Coruña, em Espanha.
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SIC - DIA MUNDIAL DO NÃO FUMADOR - Testemunho Sandra Campos (Transplantada Pulmonar por FQ)
SIC - "Programa Companhia das Manhãs" - 14.10.2009
SIC - Fátima Lopes - Entrevista com Sandra Campos e Célia - Junho 2009 (2/2)
SIC - Fatima Lopes - Entrevista com Sandra Camps e Célia - Junho 2009 (1/2)
TVI- Jornal Nacional - Caso chocante de Açoriano que espera Transplante Pulmonar - 2008
SIC - Fátima Lopes Ago.2008 (2/2)
SIC - Fátima Lopes Ago.2008 (1/2)
TV Ciência - Testemunho de Vida - A F.Q e o Transplante Pulmonar
Obrigada a toda a equipa da TV Ciência pela oportunidade de divulgar esta doença rara chamada Fibrose Quistica. Não se falou nos Transplantes Pulmonares mas gostaria de deixar aqui a esperança para todos os que sofrem desta doença que o Transplante Pulmonar pode ser a única salvação numa fase muito avançada e terminal da F.Q.
Exemplo raro de um lutador, não desistir e ter Fé.
ResponderEliminarAos poucos os nossos hospitais, e a competência dos seus profissionais, estão a conquistar terreno em áreas impensáveis à anos atrás.
Tudo de bom António Ferreira, continue positivo, força
isabel ferreira -