O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) defendeu sábado uma coordenação para as doenças respiratórias no Plano Nacional de Saúde 2011-2016, para que haja capacidade de intervenção para travar o crescimento destas patologias.
“Será muito importante que as doenças respiratórias tenham uma coordenação nacional”, declarou à agência Lusa Carlos Robalo Cordeiro, frisando que “não tem tido esse empenhamento e esse envolvimento como eixo estratégico para a saúde, ao contrário do que no terreno a realidade demonstra”.
Para o presidente da SPP, que de domingo a terça-feira realiza um congresso em Coimbra, essa relevância no Plano Nacional de Saúde justifica-se a exemplo do que sucede com as doenças cardiovasculares, da saúde mental e oncológicas.
“A patologia respiratória é responsável por cerca de 30 por cento dos recursos das urgências hospitalares e uma grande percentagem do internamento e isso não tem tido reflexo nos eixos estratégicos, no suporte institucional, que a tem remetido para um plano secundário. A sua relevância não é só em termos de doença, mas no impacto dos âmbitos profissional e social”, acentuou.
Segundo Robalo Cordeiro, o Plano Nacional de Saúde que está a terminar obteve sucesso em determinadas áreas, com indicadores a melhorar, como nas doenças cardiovasculares, “porque houve muito empenhamento”.
O XXVI Congresso de Pneumologia e o VI Congresso Luso-Brasileiro de Pneumologia, com 600 participantes, a decorrer em Coimbra de domingo a terça-feira, abordará, entre outros assuntos, os resultados das medidas antitabágicas decididas pelo Governo que, na óptica do presidente da SPP, não provocaram uma diminuição no consumo de tabaco.
Sobretudo no sexo feminino e nas mulheres mais jovens, o consumo de tabaco tem aumentado, afirma Robalo Cordeiro, acrescentando que o grande benefício da medida legislativa foi proteger da exposição ao tabaco os não fumadores.
“Por isso, acabamos por ter uma prevalência de doenças respiratórias que não está a diminuir, nomeadamente aquelas que estão directamente relacionadas com o hábito tabágico”, sustentou, acrescentando que no caso do cancro do pulmão se registam anualmente 3500 novos casos.
Na sua perspectiva, deveriam reforçar-se as acções de prevenção ao consumo de tabaco, nos ensinos básico e secundário, “para que nunca se comece a fumar, porque depois é muito difícil deixar de fumar”.
No congresso, na próxima segunda-feira, será ainda apresentado o balanço da campanha da gripe A, numa conferência presidida por Francisco George, director-geral da Saúde.
Nesse mesmo dia será também feito o encerramento do “capítulo europeu do ano do pulmão”, numa sessão com o presidente da Sociedade Europeia de Pneumologia.
fonte: http://www.rcmpharma.com/news/10950/15/Doencas-respiratorias-sociedade-cientifica-quer-maior-relevancia-no-Plano-Nacional-de-Saude.html
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