Uma única ordem no computador permite em tempo real aos profissionais numa sala de operações no Hospital de Santa Marta (Lisboa) pedir um reforço de sangue a um enfermeiro de serviço, com «poupanças de dinheiro, tempo e esforço.
O exemplo prático da aplicação do sistema integrado de comunicações que os quatro hospitais do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) estreiam em Portugal foi dado à Agência Lusa por uma das responsáveis da empresa canadiana que desenvolve o programa.
A apresentação oficial do sistema no CHLC decorrerá hoje, no Hospital de Santa Maria.
Segundo a portuguesa Ana Bailão, nos Hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta e Estefânia está a ser implementado o sistema que permite através de um terminal de computador fazer pedidos para um telemóvel. Esses pedidos podem também ser recebidos por maqueiros, exemplificou ainda.
Quem recebe o pedido, só tem que confirmar a recepção e dar seguimento ao processo.
O denominado ConnexAll também é utilizado no estado norte-americano de Vermont em estações nucleares para operações de evacuação por etapas e no departamento da polícia de Toronto quando é preciso reforçar o número de polícias.
«Num caso em que são necessários chamar 10 polícias, o sistema faz automaticamente as chamadas até chegar a esse número, sem ser preciso que seja uma pessoa a efectuar essa função», explicou Ana Bailão à Lusa, a partir do Canadá.
A empresa, fundada por um empresário português da área das telecomunicações, tem já escritórios instalados nos Açores, onde dá estágios e pretende alargar a sua actividade a toda a Europa a partir de Portugal.
Para isso também se pretende assinar protocolos com universidades para formar licenciados e integrá-los na empresa.
O CHLC notou, por seu lado, que o novo sistema tem já em vista tornar o futuro Hospital de Todos os Santos, que substituirá os quatro hospitais do Centro, numa «unidade sem papéis».
O sistema «direcciona, localiza e diferencia prioridades para os profissionais de saúde fornecendo comunicações instantâneas, poupando tempo e melhorando os cuidados aos doentes» e está já instalado no bloco de cirurgia cardiotorácica do Hospital de Santa Marta.
Está também instalado nos serviços de urgência, consultas externas, apoio a doentes e no gabinete de coordenação de colheita de órgãos e transplantes no Hospital de S. José e no bloco operatório pediátrico do Hospital Dona Estefânia.
Com o uso do sistema, o CHLC referiu, em nota enviada à Lusa, esperar que a comunicação se torne 10 vezes mais rápida e com «inegáveis e óbvios ganhos na qualidade dos cuidados prestados aos doentes».
Sobre investimentos, Ana Bailão garantiu que os custos para o Centro Hospitalar «ficaram abaixo» da tabela habitual, na sequência de um protocolo de colaboração.
O CHLC sublinhou tratar-se de uma «parceria privilegiada», na qual a empresa Globestar concede «condições preferenciais de fornecimento, em contrapartida pela disponibilidade do CHLC, E.P.E. para colaborar no desenvolvimento de soluções específicas e para encorajar visitas por parte de outras entidades interessadas no sistema».
Lusa/SOL
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