"A legislação em Portugal precisa de ser 100% 'smoke free', ou seja, ser decretada a proibição de fumar em espaços fechados públicos", diz o médico Luís Rebelo, um dos três especialistas portugueses que participaram na elaboração do relatório, hoje divulgado.
O documento, produzido por especialistas europeus (três de cada um dos 20 países envolvidos), traça um ponto da situação do combate à dependência do tabaco na Europa e deixa recomendações.
De acordo com o Eurobarómetro 2009 sobre tabaco, 22% dos inquiridos em Portugal fumavam todos os dias e 4% ocasionalmente.
O tabagismo é responsável por 11,7% das mortes em Portugal.
O tabagismo é responsável por 11,7% das mortes em Portugal.
O médico sublinha que o preço de um maço de tabaco em Portugal é cerca de 15% mais baixo do que a média europeia e recorda que há países, como a Noruega, em que chegam a custar onze euros.
O relatório recomenda também que se reverta uma percentagem do custo de cada maço para a luta contra o tabaco. Luís Rebelo dá como exemplo a Suíça, país onde por cada maço de tabaco vendido revertem dois cêntimos para a prevenção.
Outra recomendação é o reembolso dos tratamentos de dependência tabágica, através da comparticipação de medicamentos, algo que o professor de Medicina defende ser mais vantajoso para o Estado, já que implica menos custos do que os tratamentos que os consumidores poderão mais tarde necessitar.
O documento do EQUIPP recomenda igualmente que, em Portugal, haja um maior envolvimento e responsabilidades dos médicos de família, já que são estes os primeiros a entrar em contacto com os pacientes.
Uma "maior cobertura nacional de consultas intensivas para deixar de fumar" é outra das recomendações. Luís Rebelo recorda que neste momento há 200 consultas de cessação tabágica no Serviço Nacional de Saúde, mas há zonas do país onde são insuficientes.
O relatório refere que todas estas recomendações devem ser "implementadas e acompanhadas".
A Lei do Tabaco entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2008, passando a ser proibido fumar nos espaços públicos, locais de trabalho, unidades de saúde, estabelecimentos de ensino e locais como museus, centros comerciais, aeroportos e meios de transporte.
Nos restaurantes, as excepções estão condicionadas à dimensão dos locais e à criação de espaços próprios para fumadores devidamente sinalizados e separados fisicamente das restantes instalações ou com dispositivos de ventilação e sistema de extracção de fumo directamente para o exterior.
Nem todos estão a cumprir… Impõe-se uma fiscalização mais eficiente.
Fonte: http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=97&did=149841
Sem comentários:
Enviar um comentário