11/10/2011 - 12:13
O Hospital de Santa Maria terá escondido mais de sete milhões de euros em facturas de 2010 relativas a obras e medicamentos, avança o Diário de Notícias. Este montante deveria estar reflectido nos resultados financeiros daquele ano, mas o DN sabe que o mesmo não foi contabilizado, ficando a dívida oculta aos olhos dos ministérios das Finanças e da Saúde.
Assim, os 44 milhões de resultados operacionais negativos que surgem inscritos nas contas de 2010 não reflectem o verdadeiro buraco financeiro do Santa Maria, que é gerido em conjunto com o Hospital Pulido Valente, formando o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), EPE, escreve o DN. Com estas facturas não contabilizadas, estima-se que o passivo financeiro do CHLN ultrapasse os 50 milhões de euros. Além de que, ao que apurou o DN, o seu capital social de 133 milhões já não existe.
Hospital de Santa Maria nega notícia
O conselho de Administração do Hospital de Santa Maria afirmou esta terça-feira ser "completamente falso" ter escondido mais de sete milhões de euros em facturas de 2010, expressando "grande perplexidade" em relação à notícia difundida, avança a agência Lusa.
Numa conferência de imprensa para reagir à notícia, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), Correia da Cunha, considerou de "enorme gravidade" a notícia, acrescentando que pode criar um clima de instabilidade e desconfiança em relação a instituição com grande responsabilidade social.
Correia da Cunha frisou que a gestão hospitalar tem sido feita com critérios "de grande rigor e transparência" e que os actos de gestão estão sempre abertos a ser auditados e avaliados.
“Reconhecemos as dificuldades financeiras por que passa a instituição. Mas em nenhum momento foram utilizados procedimentos não conformes com as boas práticas contabilísticas e de gestão”, assegurou o responsável.
Segundo a administração, no final de 2010 o Centro Hospitalar apresentava capitais próprios de 202 milhões de euros, o que é entendido pelos gestores como uma demonstração da “sustentabilidade económico-financeira”, contrariando a ideia de falência técnica.
Correia da Cunha insiste que a administração ignora por completo a base da notícia do jornal, vincando que há mecanismos externos e internos de controlo: “Não há nada a ocultar”.
Sobre o facto de já não existirem os 133 milhões de capital social do CHLN, o conselho de administração explica que o dinheiro tem sido aplicado na melhoria do parque tecnológico e nas infra-estruturas, tal como está previsto.
Ainda referindo-se a valores do ano passado, o Centro Hospitalar reporta uma dívida de 340 milhões de euros aos fornecedores, mas diz ter dívidas de clientes de 230 milhões de euros.
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