Exmo. Senhor Ministro da Saúde Dr. Paulo Macedo,
“Faz todo o sentido concentrar os transplantes num só local”
Esta conclusão é feita pelo Prof. Eduardo Barroso, no “Sol” da semana passada e “aparentemente”, a afirmação vai ao encontro do pretenso espírito espelhado numa “carta hospitalar” que estará a ser elaborada pelo Ministério da Saúde e ao que parece, será conhecida até ao final do ano!!
Na altura em que o Dr. Eduardo Barroso era presidente da ASST , circulava um boato que ele estaria a tentar concentrar os transplantes hepáticos nacionais, incluindo os pediátricos, num determinado novo hospital privado que iria ser brevemente concluído …
Nessa mesma altura, a Hepaturix reuniu-se duas vezes com o Prof. Eduardo Barroso e uma das coisas que ele nos disse é que “o problema de Coimbra” resolvia-se levando todos para Lisboa, o Dr. Emanuel Furtado, a Dra. Isabel Gonçalves, os intensivistas, os anestesistas pediátricos, etc, etc, etc, mas como tal nunca seria possível, a solução teria de passar sempre por Coimbra!
Em contradição com a posição que sempre nos transmitiu e dando algum fundamento àquele boato - embora noutros moldes - aparece agora esta posição pública do Dr. Eduardo Barroso!
Entretanto outro fantasma pairava sobre o Curry Cabral, pois o seu encerramento já tinha sido equacionado - e há quem ainda defenda essa ideia - e muito recentemente a Administração desse hospital demitiu-se!
Hoje ficámos a saber pelo JN que os Hospitais de Lisboa são uma espécie de “Ilha da Madeira”, isto é o desvio financeiro está incontrolável e esse descalabro é um “buraco colossal”!!
A tudo isto gostaríamos de responder da seguinte forma e faço-o directamente ao Sr. Ministro:
Ponto 1 = se os argumentos esgrimidos pelo Dr. Eduardo Barroso a favor da “solução Coimbra” eram válidos há dois anos atrás, logo, também serão válidos agora! Se temos quase 20 anos de transplantes hepáticos pediátricos que conferiram à Escola de Coimbra – Hospitais/ Universidade Coimbra – um reconhecido crédito internacional, logo é em Coimbra que temos de manter esta área da N/ medicina. As N/ crianças não são cobaias de ninguém e a experiência entretanto acumulada tem um valor incalculável e inegociável!
Ponto2 = se é certo que os profissionais de Coimbra, não poderão ir para Lisboa, porque têm as suas vidas organizadas em Coimbra, porque fazem muitas mais coisas que transplantes e não poderão abandonar as suas outras vertentes, também os do Porto não irão, pelas mesmas razões! Se tal acontecesse haveria uma forte concentração de serviços em Lisboa e desaproveitava-se as potencialidades dos Hospitais de Coimbra e do Porto! Repare-se, se é verdade que todos concordamos que é necessário optimizar recursos e racionalizar custos, por outro lado não nos podemos esquecer que uma das variáveis não é negligenciável, é a das vidas que estão em jogo. Não nos satisfaz ter um único centro que debite transplantes em série e que bata recordes, pois para nós, mais que a quantidade queremos qualidade e nas crianças essa vertente é também inegociável, pois as crianças têm toda uma vida à sua frente e que se espera, longa! REPITO, nada disto é negligenciável nem negociável! Nós em Coimbra estamos habituados ao “must”, ao melhor, ao excepcional e não aceitamos menos que isso, agradecemos então que nem sequer nos falem de experiências utópicas e perdoe-me V.Exa. a expressão “mal amanhadas”;
Ponto 3 = contudo, repare-se, ninguém consegue demonstrar que a concentração nesta área é sinónimo de contenção financeira! É que é preciso dotar o tal centro de autonomia financeira e ninguém sabe como tal seria possível, o mais certo é começarem com um determinado orçamento e depois, cinco anos mais tarde termos à N/ espera outro “buraco colossal”. Esta solução arranjada agora “à pressão”, assenta que nem uma luva nos problemas do Curry Cabral, é que nesta fase, só existem intenções e no “plano dos sonhos e dos projectos”, tudo é fácil e … parece fácil, mas depois a realidade é bem diferente! Agora resolver-se-ia o problema do Curry Cabral, dos incentivos e retirava-se tudo a Coimbra e ao Porto, daqui a uns três anos quando se visse o disparate do que se tinha cometido e os números apresentassem outro desvio colossal, estaríamos perdidos, pois já não haveria “volta a dar” e não se poderia devolver os transplantes a Coimbra, nem ao Porto! Nesse contexto, todo o país estaria refém do Curry Cabral e de Lisboa e nunca mais haveria alternativas válidas;
Ponto 4 = nada nos garante que essa concentração melhore a qualidade do serviço propriamente dito, até porque grande parte dos órgãos colhidos, são-no no próprio hospital. É certo que os tempos de isquemia têm vindo a aumentar e sem o risco de “função pobre”, mas não nos podemos alhear que temos listas infindáveis de pacientes a aguardar por um órgão e na N/ perspectiva, isso consegue-se melhor com três centros a funcionar em pleno e não com apenas um! Foi esta a lógica utilizada ‘em Aljubarrota’, agora aqui aplicada aos transplantes! Também achamos que a solução do “dador vivo” é uma alternativa de valor inquestionável, que está cada vez mais “esquecida e perdida” e que já deu resultados comprovadamente espectaculares (e, para quem tiver curiosidade remeto para a leitura do texto do Sr. Professor Linhares Furtado, disponível no Blog do meu livro “Lutar até Viver”).
Ponto 5 = falemos agora dos incentivos! Resulta evidente que havendo um único centro com equipas “especializadas” que deixariam de fazer outras cirurgias, a “produção” de transplantes aumentaria necessariamente e por isso percebe-se que esta redução dos incentivos a metade acabaria por não ser um problema! O transplante hepático é o mais complexo e extenuante e por essa razão tem incentivos próprios, mas estes incentivos têm um efeito psicológico adverso pois geram muitas dúvidas e incompreensões no público em geral e em muitos colegas de outras áreas, todavia, os profissionais que EU CONHEÇO não se movem por incentivos, fazem-no por missão e por isso exorto o Sr. Ministro da Saúde a mudar a estratégia! Estes profissionais fazem milagres, merecem ser bem remunerados e já que este modelo de incentivos não parece servir, então arranje-se outro e chamem-lhes o que quiserem, tudo … menos “incentivos”! Por exemplo, nos cardíacos, não lhe chamam incentivos, mas as equipas são diferentemente remuneradas!
Concluo dizendo o seguinte, Imagine-se que nos anos 60 alguém tinha despachado o Eusébio para o Atletismo, ou outra modalidade qualquer! O Eusébio era diferente e tinha uma equipa diferente, tinha o Mário Coluna, o José Henriques, o Torres, o Simões, etc! Se tivessem mandado o Eusébio “plantar batatas” será que a história do futebol português era a mesma? Por favor, que ninguém estrague o que ainda existe em Coimbra, é preciso recuperar o Dr. Emanuel para os transplantes e todos os outros elementos das diversas equipas!! Justiça seja feita aos HUC e se for verdade o que consegui apurar, os HUC são dos hospitais com melhor desempenho financeiro coisa que não acontece com nenhum dos Hospitais da área de Lisboa, logo também por isto os transplantes hepáticos não devem sair de Coimbra.
Sr. Ministro, nós, Hepaturix, estamos a mover montanhas para granjear apoios e ‘à nossa maneira’ tentarmos ajudar Coimbra e Portugal a encontrar uma solução. Queremos trazer cá outros cirurgiões, se for necessário queremos enviar crianças ao estrangeiro, queremos recuperar o Dr. Emanuel para os transplantes pediátricos dador-cadáver e dador-vivo, nós queremos muita coisa, mas no essencial, trata-se apenas de salvar vidas!
A tanto que o poder governativo apela à activa e consciente participação da comunidade civil na resolução dos problemas económicos e sociais de um país em crise, eis esta uma profunda e válida razão para que a comunidade civil seja ouvida, e que sobre ela se abram as reflexões e acções necessárias à resolução desta questão nacional.
Por razões de racionalidade financeira, por questões técnicas/médicas, por questões éticas - porque a vida humana é inegociável e não deve ser negligenciável - e por força do supremo interesse nacional que penso estar a defender, eu Vitor Manuel Raimundo Martins c/ o BI nº 7923838, Pai do Vitor Alexandre Costa Martins transplantado em 26/07/2004 e Presidente da A.G. da Hepaturix – Associação Nacional das Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas, não aceito que os transplantes hepáticos pediátricos acabem e pelas mais comprovadas razões saiam de Coimbra.
Com conhecimento:
- Exmo. Senhor Presidente da República,
- Exmo. Senhor Primeiro Ministro,
- ARS Centro;
- Administração HUC;
- Administração H. Pediátrico;
- Administração Stº António;
- Dr. Emanuel Furtado;
- Dra. Isabel Gonçalves;
- A um grupo de empresas conhecedoras deste processo.
Esta conclusão é feita pelo Prof. Eduardo Barroso, no “Sol” da semana passada e “aparentemente”, a afirmação vai ao encontro do pretenso espírito espelhado numa “carta hospitalar” que estará a ser elaborada pelo Ministério da Saúde e ao que parece, será conhecida até ao final do ano!!
Na altura em que o Dr. Eduardo Barroso era presidente da ASST , circulava um boato que ele estaria a tentar concentrar os transplantes hepáticos nacionais, incluindo os pediátricos, num determinado novo hospital privado que iria ser brevemente concluído …
Nessa mesma altura, a Hepaturix reuniu-se duas vezes com o Prof. Eduardo Barroso e uma das coisas que ele nos disse é que “o problema de Coimbra” resolvia-se levando todos para Lisboa, o Dr. Emanuel Furtado, a Dra. Isabel Gonçalves, os intensivistas, os anestesistas pediátricos, etc, etc, etc, mas como tal nunca seria possível, a solução teria de passar sempre por Coimbra!
Em contradição com a posição que sempre nos transmitiu e dando algum fundamento àquele boato - embora noutros moldes - aparece agora esta posição pública do Dr. Eduardo Barroso!
Entretanto outro fantasma pairava sobre o Curry Cabral, pois o seu encerramento já tinha sido equacionado - e há quem ainda defenda essa ideia - e muito recentemente a Administração desse hospital demitiu-se!
Hoje ficámos a saber pelo JN que os Hospitais de Lisboa são uma espécie de “Ilha da Madeira”, isto é o desvio financeiro está incontrolável e esse descalabro é um “buraco colossal”!!
A tudo isto gostaríamos de responder da seguinte forma e faço-o directamente ao Sr. Ministro:
Ponto 1 = se os argumentos esgrimidos pelo Dr. Eduardo Barroso a favor da “solução Coimbra” eram válidos há dois anos atrás, logo, também serão válidos agora! Se temos quase 20 anos de transplantes hepáticos pediátricos que conferiram à Escola de Coimbra – Hospitais/ Universidade Coimbra – um reconhecido crédito internacional, logo é em Coimbra que temos de manter esta área da N/ medicina. As N/ crianças não são cobaias de ninguém e a experiência entretanto acumulada tem um valor incalculável e inegociável!
Ponto2 = se é certo que os profissionais de Coimbra, não poderão ir para Lisboa, porque têm as suas vidas organizadas em Coimbra, porque fazem muitas mais coisas que transplantes e não poderão abandonar as suas outras vertentes, também os do Porto não irão, pelas mesmas razões! Se tal acontecesse haveria uma forte concentração de serviços em Lisboa e desaproveitava-se as potencialidades dos Hospitais de Coimbra e do Porto! Repare-se, se é verdade que todos concordamos que é necessário optimizar recursos e racionalizar custos, por outro lado não nos podemos esquecer que uma das variáveis não é negligenciável, é a das vidas que estão em jogo. Não nos satisfaz ter um único centro que debite transplantes em série e que bata recordes, pois para nós, mais que a quantidade queremos qualidade e nas crianças essa vertente é também inegociável, pois as crianças têm toda uma vida à sua frente e que se espera, longa! REPITO, nada disto é negligenciável nem negociável! Nós em Coimbra estamos habituados ao “must”, ao melhor, ao excepcional e não aceitamos menos que isso, agradecemos então que nem sequer nos falem de experiências utópicas e perdoe-me V.Exa. a expressão “mal amanhadas”;
Ponto 3 = contudo, repare-se, ninguém consegue demonstrar que a concentração nesta área é sinónimo de contenção financeira! É que é preciso dotar o tal centro de autonomia financeira e ninguém sabe como tal seria possível, o mais certo é começarem com um determinado orçamento e depois, cinco anos mais tarde termos à N/ espera outro “buraco colossal”. Esta solução arranjada agora “à pressão”, assenta que nem uma luva nos problemas do Curry Cabral, é que nesta fase, só existem intenções e no “plano dos sonhos e dos projectos”, tudo é fácil e … parece fácil, mas depois a realidade é bem diferente! Agora resolver-se-ia o problema do Curry Cabral, dos incentivos e retirava-se tudo a Coimbra e ao Porto, daqui a uns três anos quando se visse o disparate do que se tinha cometido e os números apresentassem outro desvio colossal, estaríamos perdidos, pois já não haveria “volta a dar” e não se poderia devolver os transplantes a Coimbra, nem ao Porto! Nesse contexto, todo o país estaria refém do Curry Cabral e de Lisboa e nunca mais haveria alternativas válidas;
Ponto 4 = nada nos garante que essa concentração melhore a qualidade do serviço propriamente dito, até porque grande parte dos órgãos colhidos, são-no no próprio hospital. É certo que os tempos de isquemia têm vindo a aumentar e sem o risco de “função pobre”, mas não nos podemos alhear que temos listas infindáveis de pacientes a aguardar por um órgão e na N/ perspectiva, isso consegue-se melhor com três centros a funcionar em pleno e não com apenas um! Foi esta a lógica utilizada ‘em Aljubarrota’, agora aqui aplicada aos transplantes! Também achamos que a solução do “dador vivo” é uma alternativa de valor inquestionável, que está cada vez mais “esquecida e perdida” e que já deu resultados comprovadamente espectaculares (e, para quem tiver curiosidade remeto para a leitura do texto do Sr. Professor Linhares Furtado, disponível no Blog do meu livro “Lutar até Viver”).
Ponto 5 = falemos agora dos incentivos! Resulta evidente que havendo um único centro com equipas “especializadas” que deixariam de fazer outras cirurgias, a “produção” de transplantes aumentaria necessariamente e por isso percebe-se que esta redução dos incentivos a metade acabaria por não ser um problema! O transplante hepático é o mais complexo e extenuante e por essa razão tem incentivos próprios, mas estes incentivos têm um efeito psicológico adverso pois geram muitas dúvidas e incompreensões no público em geral e em muitos colegas de outras áreas, todavia, os profissionais que EU CONHEÇO não se movem por incentivos, fazem-no por missão e por isso exorto o Sr. Ministro da Saúde a mudar a estratégia! Estes profissionais fazem milagres, merecem ser bem remunerados e já que este modelo de incentivos não parece servir, então arranje-se outro e chamem-lhes o que quiserem, tudo … menos “incentivos”! Por exemplo, nos cardíacos, não lhe chamam incentivos, mas as equipas são diferentemente remuneradas!
Concluo dizendo o seguinte, Imagine-se que nos anos 60 alguém tinha despachado o Eusébio para o Atletismo, ou outra modalidade qualquer! O Eusébio era diferente e tinha uma equipa diferente, tinha o Mário Coluna, o José Henriques, o Torres, o Simões, etc! Se tivessem mandado o Eusébio “plantar batatas” será que a história do futebol português era a mesma? Por favor, que ninguém estrague o que ainda existe em Coimbra, é preciso recuperar o Dr. Emanuel para os transplantes e todos os outros elementos das diversas equipas!! Justiça seja feita aos HUC e se for verdade o que consegui apurar, os HUC são dos hospitais com melhor desempenho financeiro coisa que não acontece com nenhum dos Hospitais da área de Lisboa, logo também por isto os transplantes hepáticos não devem sair de Coimbra.
Sr. Ministro, nós, Hepaturix, estamos a mover montanhas para granjear apoios e ‘à nossa maneira’ tentarmos ajudar Coimbra e Portugal a encontrar uma solução. Queremos trazer cá outros cirurgiões, se for necessário queremos enviar crianças ao estrangeiro, queremos recuperar o Dr. Emanuel para os transplantes pediátricos dador-cadáver e dador-vivo, nós queremos muita coisa, mas no essencial, trata-se apenas de salvar vidas!
A tanto que o poder governativo apela à activa e consciente participação da comunidade civil na resolução dos problemas económicos e sociais de um país em crise, eis esta uma profunda e válida razão para que a comunidade civil seja ouvida, e que sobre ela se abram as reflexões e acções necessárias à resolução desta questão nacional.
Por razões de racionalidade financeira, por questões técnicas/médicas, por questões éticas - porque a vida humana é inegociável e não deve ser negligenciável - e por força do supremo interesse nacional que penso estar a defender, eu Vitor Manuel Raimundo Martins c/ o BI nº 7923838, Pai do Vitor Alexandre Costa Martins transplantado em 26/07/2004 e Presidente da A.G. da Hepaturix – Associação Nacional das Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas, não aceito que os transplantes hepáticos pediátricos acabem e pelas mais comprovadas razões saiam de Coimbra.
Com conhecimento:
- Exmo. Senhor Presidente da República,
- Exmo. Senhor Primeiro Ministro,
- ARS Centro;
- Administração HUC;
- Administração H. Pediátrico;
- Administração Stº António;
- Dr. Emanuel Furtado;
- Dra. Isabel Gonçalves;
- A um grupo de empresas conhecedoras deste processo.
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