Fernando Macário, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), defendeu esta sexta-feira, em Coimbra, a necessidade de se fazer um levantamento e “análise profunda” da diminuição da colheita de órgãos em Portugal, para o relançamento do processo.
"Após tempos
de extraordinário sucesso que nos habituaram a níveis de colheita de
órgãos e de transplantação, que nos colocaram na vanguarda mundial,
desde 2010 que a colheita de órgãos não cessa de descer em Portugal, com
níveis preocupantes durante o corrente ano. Temos que reunir esforços
para analisar esta situação e tentar inverter este rumo", referiu.
Na sua perspectiva, "é absolutamente urgente o levantamento e análise profunda do que se passa, para relançar de novo a colheita de órgãos".
O
presidente da SPT falava na sessão solene de comemoração do Dia do
Transplante, que decorreu no auditório do Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra (CHUC), reunindo cerca de 330 doentes e
familiares, médicos e outros profissionais desta área e vários
responsáveis do sector da saúde.
"Impõe-se
que todos os hospitais onde seja efectuado o diagnóstico de morte
cerebral e tenham condições de suporte intensivo se constituam
obrigatoriamente como hospitais de colheita e que sejam aí criadas as
condições logísticas que conduzam e estimulem a colheita de órgãos",
frisou.
Para o presidente da SPT, "deve
ser permanentemente escrutinada e mesmo auditada a actividade das
unidades onde pode ser efectuada identificação de dadores e colheita de
órgãos, para se garantir que todos os potenciais dadores são
referenciados".
A organização das
estruturas que coordenam a colheita de órgãos em Portugal "tem que ser
reformulada para acabar com ineficiências localizadas" e a estrutura de
transplantação nacional "necessita de ser repensada", preconizou ainda o
médico do CHUC.
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