sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O doente barato é o doente morto (retirado do blog Lutar até Viver)

Obrigada ao Blog "Lutar até Viver"
Sandra Campos


Ontem participei num programa a convite da Antena1, por causa da denúncia do bastonário da OM, sobre o que que está a passar sobre a alegada proibição da prescrição de determinados medicamentos alegadamente imposta a alguns médicos, especialmente no Norte do país.
Se bem se recordam, coisa idêntica já aconteceu, quando no Pediátrico e contra a vontade da Dra. Isabel Gonçalves, substituíram o Prograf (Tacrolimus) pelo Tacni. O Tacni não era utilizado em nenhum centro de transplantação de referência e quase parecia que alguém queria utilizar as N/ crianças como cobaias, sabe-se lá há luz de que interesses!
Tudo acabou em bem, quando a ministra de então a Dra. Ana Jorge e por despacho, pôs um fim à polémica. Ficou por se saber que quantidades de Tacni foram adquiridas e a título de quê….
Estão a acontecer coisas em Portugal que são criminosas, literalmente vis e de uma falta de ética que eu julgava impossível de acontecer!
Não há nenhuma entidade que averigue porque é que a taxa de mortalidade infantil disparou, nós que tínhamos uma das mais baixas do mundo!?  Porque será que o número de urgências reduziu drasticamente, será que associada a esta quebra temos uma taxa de mortalidade de pessoas idosas que também disparou? Reduziram as urgências, reduziram os internamentos, reduziram as consultas, reduziram os transplantes, reduziram os transportes de doentes crónicos, reduziram “genericamente” os actos cirúrgicos, ao que parece está tudo a reduzir e as taxas de mortalidade?! Será que reduziram?!!!? Talvez fosse recomendável perceber como se tem portado a facturação das agências funerárias no meio desta crise!
Há medicamentos que comprovadamente aumentam a percentagem de cura de determinada doença e que não estão a ser ministrados, há medicamentos que evitam o transplante hepático aos doentes com paramiloidose e que estão sempre a faltar, há medicamentos que dão melhor qualidade de vida aos doentes com determinadas doenças degenerativas e que estão a ser vedados, há medicamentos com determinados benefícios para os doentes oncológicos e que também não estão a ser receitados! Mas isto não é crime? Uns conseguem ser tratados com esses medicamentos e outros não, como é isto possível?
Não somos todos iguais perante a Constituição da República Portuguesa? Que é feito de conceitos como a dignidade da pessoa humana, direitos fundamentais, inviolabilidade da vida humana, etc, etc, etc.
Será que este artigo da CRP foi rasgado?
Artigo 13.º
Princípio da igualdade
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Será que o Sr. Ministro da Saúde quando acorda de manhã e olha para as mãos que levarão a água a cara, não vê que essas mãos poderão estar sujas de sangue? Mas ele consegue olhar-se ao espelho?
Eles não percebem, mas estas decisões matam!
Quase parece que a vida deixou de ter o mesmo valor! Lembram-se do Ministro que disse, “são só umas dez ou doze crianças por ano”! Essas podiam muito bem morrer porque são os filhos dos outros …. Ou como este Ministro disse, “temos de ver se podemos fazer tantos transplantes!”. Realmente, para quê fazer tantos transplantes? Podemos poupar na recolha de órgãos para transplante, pois se desligarem as máquinas aos potenciais dadores, poupa-se umas massas! Porque é que os hospitais hão-de aguentar um morto ligado ás máquinas e a gastar uma fortuna, apenas para se lhe tirar um coração, um fígado ou um rim que vão ser enviados para outro lado qualquer? As caras dos que precisam ninguém as vê, são uns anónimos que nem se conseguem fazer ouvir! Desliga-se e fica bem mais económico para o país, poupa-se no cadáver, poupa-se nos transplantes e assim dispensa-se uma série de actos médicos, pois como disse um dia o Sr. Bastonário da OM, “um doente barato é o doente morto!”.

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