A reter, entre muitas outras coisas, o seguinte: "...Mas a médica de Coimbra explicou-lhe que seria difícil ir para o estrangeiro, já que a legislação só o prevê quando não há tratamento em Portugal...."
Em tudo controverso com a afirmação da Dra Teresa Sustelo Presidente do conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) - " ...Em situações de urgência, e quando não conseguirmos dar resposta, continuaremos a enviar pacientes para Espanha..."
Ver Revista Visão - 30.07.2009 - http://transplantes-pulmonares.blogspot.com/2009/09/pedido-de-muitos-vou-aclarar-esta.html )
Sandra Campos
Hospital de Coimbra não tem programa a funcionar, mas tem inscrito vários pacientes em lista. Uma delas acusa a unidade de não a encaminhar para onde poderia ser operada. Bastonário critica situação.
Os doentes que precisam de um transplante de pulmão em Coimbra não estão a ser encaminhados para o único hospital do País capaz de lhes dar resposta: o Santa Marta, em Lisboa. O programa para estes transplantes ainda não arrancou nos Hospitais da Universidade (HUC), mas a unidade está a inscrever pacientes desde Janeiro.
O presidente do Conselho de Administração dos HUC, Fernando Regateiro, admite que" já têm vários doentes numa lista de inscritos" e que para pôr a funcionar um programa de forma sólida e sequencial terá de fazer 12 transplantes por ano. Mas garante que "os doentes não estão em risco" e que, "se não são enviados, é porque não são casos urgentes".
Uma das pessoas que está na lista de Coimbra, Elisabete Bovião, pediu para ser transferida para Santa Marta ou para ser tratada fora do país, em França. Mas no hospital, responderam-lhe que só a podem enviar para outra unidade "quando tiverem a certeza que não vão formar equipa este ano", refere (ver texto em baixo. Uma situação que Regateiro nega. " Não estamos a tirar doentes a outras unidades, eles têm liberdade para procurar outra solução", diz, acrescentando que os doentes sabem que não há ainda uma data para iniciar o programa.
A unidade de Santa Marta, a única que faz transplantes de pulmão, tem, neste momento, 13 pessoas em lista de espera e já fez nove cirurgias este ano, o dobro de 2008. Luísa Semedo, pneumologista do hospital, confirmou ao DN que "não têm sido encaminhados doentes" da região de Coimbra. "Apenas fizemos um transplante em Julho ou Agosto a uma pessoa da região, mas era uma cirurgia já prevista antes de os HUC avançarem com o programa ", refere.
Tal como acontece com os transplantes de rim, os doentes podem estar inscritos na sua unidade de origem mas também na lista de espera de outra unidade para onde são encaminhados pelos médicos. "Fazia sentido que estes doentes tivessem inscritos na nossa lista de espera. Este procedimento não é habitual. Estamos a receber doentes do Porto e do Sul também, porque mesmo estando em lista acabam por ter de esperar meses até se encontrar um órgão compatível", diz Luísa Semedo.
Para o bastonário dos Médicos, Pedro Nunes, "tem de haver uma decisão técnica e política dos hospitais que podem fazer transplantes e ter o cuidado de não prejudicar os doentes", que é o que está a acontecer. O encaminhamento de doentes pelo hospital "é uma questão técnica e de boa prática", refere ao DN. "Lamento que os direitos dos doentes vão por água abaixo".
Este ano, segundo a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação, já foram enviados pulmões de oito dadores para Espanha, sendo que os de três foram transplantados em portugueses. "Tem acontecido irem órgãos para Espanha que podiam ser compatíveis com os doentes de Coimbra. Os dois centros deviam estar interligados, até porque há maior probabilidade de encontrar receptores para os órgãos", afirma.
Portugal necessita de pelo menos 30 transplantes e, de acordo com José Fragata, director do serviço de cirurgia cardiotoráccica do Hospital de Santa Marta, um dos grandes problemas nacionais tem sido a referenciação. "Os doentes devem ser encaminhados para transplante quando ainda estão suficientemente bem para saírem de casa e não suficientemente mal para estarem na cama", tendo em conta a agressividade desta cirurgia.
Elisabete, de 22 anos está numa situação ideal devido à idade, o que dita uma maior sobrevida à operação. Mas começa a ter complicações. "Geralmente os doentes com fibroses quísticas são novos e têm melhores resultados se forem logo tratados. Ma nenhum doente devia estar à espera", refere
(por Diana Mendes)
Olá.
ResponderEliminarPubliquei as noticias do DN de hoje sobre transplantes por estarem relacionadas com a FQ.
Deixei o meu desabafo...
aqui fica também...
São estas noticias que nos entristecem, nos revoltam, nos fazem pensar, reflectir no que afinal está a falhar, porque algo está certamente a falhar, isto não pode ser a melhor forma de resolver as questões de saúde em Portugal, ou será? Será que isto é o nosso melhor? Então não quero ver o pior!
Ficamos na dúvida se estamos a ser orgulhosos, teimosos, patriotas, ou a alimentar algum obscuro interesse, ou se a nossa auto confiança é assim tão grande que leva a um optimismo quase cego, será?
Braço de ferro!!!
Espero que não cheguemos à triste conclusão de que outros interesses se levantam...!Contenções de custos? Lista de espera para salvar a vida ou para cobaias? Reter os doentes em Portugal porque temos condições ou porque queremos mostrar trabalho, ou a falta de trabalho?
Ficamos tristes se se perdem vidas humanas por erros, erros de cálculo, erros de decisões, erros de teimosia, erros políticos, erros de gestão, erros médicos, erros ...erros...que em prol da vida parece que se cometem em prol de outros erros!
Não deixem de visitar o blogue de Transplantes Pulmonares
http://transplantes-pulmonares.blogspot.com/2009/10/se-nao-for-transplantada-posso-nao.html
E deixem lá os vossos comentários!
SILVIA ROCHA