A Autoridade Nacional para o Medicamento (Infarmed) já recebeu dois pedidos de autorização para venda de medicamentos em unidose. Foram feitos pelas farmácias de venda ao público dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e do S. João, no Porto. Se tiverem luz verde, os doentes poderão começar a comprar medicamentos à dose nos próximos dias, avança o DIário de Notícias.
"O pedido foi feito no princípio do mês. A inspecção do Infarmed já se realizou e estou a aguardar a autorização para iniciar a venda", diz ao DN Paulo Diogo, director clínico da farmácia do Santa Maria, a maior do País. Se isso acontecer, o farmacêutico admite poder vender remédios em unidose nos próximos dias. O mesmo poderá acontecer no Porto, já que a reunião com o Infarmed "foi ao mesmo tempo", adiantou Paulo Diogo.
Também o sistema para prescrição em unidose já está resolvido e já há médicos que aderiram à iniciativa. "As receitas têm de ser electrónicas e o sistema já está implementado. Já recebi receitas para vender medicamentos em unidose. Na semana passada foram três. Mas ainda não está muito divulgado entre os médicos", diz ao DN. A farmácia do Santa Maria recebe 1500 pessoas por dia e factura 30 mil euros por dia. "A expectativa é que duplique a facturação nos próximos dois anos".
Nesta primeira fase, a venda em unidose está restringida antibióticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios não esteróides, paracetamol e antifúngicos que sejam vendidos em carteiras (blisters) ou em saquetas. Por isso, a adaptação da farmácia não foi muito complicada, nem dispendiosa.
"Adequamos um espaço do laboratório para o processo de dispensa e tratamos de todos os procedimentos de segurança, para assegurar que não exista troca de medicamentos, para a embalagem secundária e dispensa dos folhetos informativos. Para esta fase, que é experimental durante seis meses, não houve um grande investimento em equipamento", diz.
A farmácia gastou 10 mil euros com a máquina de reembalamento e teve de contratar mais dois profissionais, apenas para a venda à dose "por questões de segurança no manuseamento". Por agora, a unidose não será muito mais do que "dividir os blisters à venda no mercado, de acordo com a dose receitada, e reembalá-los em material da farmácia", conclui.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/news/10345/15/Farmacias-no-Santa-Maria-e-no-S-Joao-vao-avancar-com-unidose.html
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