Menino que recebeu multitransplante continua nos cuidados intensivos
O menino espanhol de quatro anos que em Dezembro recebeu um transplante de cinco órgãos abdominais de uma criança portuguesa continua nos cuidados intensivos, tendo sido submetido a nova intervenção cirúrgica, disse à agência Lusa fonte hospitalar.
Fonte oficial do Hospital La Paz em Madrid disse que o menino continua com “prognóstico reservado”, com a sua situação a ser “estável dentro da gravidade” esperada em situações como estas.
A 13 de Janeiro foi sujeito a uma nova intervenção cirúrgica devido a uma obstrução intestinal que ocorreu durante o processo pós-operatório.
“O problema foi solucionado e simultaneamente foi corrigida uma parálise diafragmática direita que originou a complicação respiratória que inicialmente impediu que fosse dada alta da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos”, adiantou a fonte, salientando que "as duas complicações são relativamente frequentes num pós-operatório deste tipo de transplante".
No último relatório público divulgado, a 30 de Dezembro, o hospital informava que o menino tinha superado com êxito a complexa cirurgia realizada por uma equipa liderada pelo médico Manuel López Santamaria.
A operação inicial do transplante, que demorou mais de seis horas, decorreu um mês depois de a criança ter sido operada no hospital basco de Cruces para extrair um tumor "muito grande" que tinha no abdómen, que resultou de um embrião gémeo que se instalou na zona abdominal, um caso muito raro, segundo o cirurgião.
O rapaz sofreu então um "acidente cirúrgico" e foi transferido com urgência para o hospital de La Paz.
Segundo Santamaria, o tumor distorceu as estruturas internas da criança e provocou uma lesão em duas artérias vitais, que teve graves consequências nos órgãos abdominais.
Os médicos decidiram operá-lo a 14 de Dezembro dada a situação de "catástrofe abdominal" e tentando assim esperar por uma doação que poderia "não ser iminente".
Mas o transplante foi possível graças a uma doação proveniente de Portugal, revelou o director da Organização Nacional de Transplantes espanhola, Rafael Matesanz.
O desafio do menino de Arkotxa (Zaratamo, no País Basco) é adaptar agora o organismo aos novos órgãos (duodeno, intestino, pâncreas, fígado e estômago) doados por uma família portuguesa que perdeu o filho.
Este foi o 21.º transplante multivisceral realizado em Espanha. É um procedimento "muito raro" que ocorre entre 50 a 100 vezes por ano em todo o mundo.
O coordenador de transplantes do hospital La Paz, Santiago Yus, adiantou que as doações infantis não são comuns, havendo por ano cerca de 30. Estas doações são raras não só pela idade e pelo peso, mas também porque é necessário que haja morte cerebral.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/news/11559/15/Menino-que-recebeu-multitransplante-continua-nos-cuidados-intensivos.html
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