Testemunho enviado por: http://twitter.com/#!/grupohercules
Desde maio de 2010, milhares de linhas declarando meu amor por Mogi das Cruzes, apontando soluções para que a cidade cresça com qualidade de vida, escancarando minha espera por um transplante de pulmão e escrevendo críticas ao principal meio de entretenimento do brasileiro: a televisão.
Mas tudo na vida termina. Dizem que nossa existência é marcada por ciclos. É com muito pesar que informo: meu ciclo no Mogi News termina hoje.
Não há qualquer teoria da conspiração a ser desenvolvida. O fim chegou em razão do agravamento da hipertensão pulmonar desde o final do ano passado. Pioro a cada dia, com idas frequentes ao pronto-socorro, angina, desmaios, dificuldade para respirar, noites de insônia causadas por dor e impossibilidade de executar simples tarefas cotidianas, como me alimentar.
A dor no peito e braços é dilacerante. Não desejo sequer ao meu pior inimigo, se tivesse um. Minhas forças estão acabando. Dói absurdamente. Muitas vezes, a cada vez que inspiro sinto o pulmão ser espremido.O transplante é cada vez mais urgente e distante.
Inicialmente, a previsão de espera era de 14 meses (fevereiro deste ano). Agora, de 19 meses (agosto). Os médicos da equipe de Hipertensão Pulmonar do InCor (Instituto do Coraão) são claros: corro risco de morte súbita. Apenas o transplante é a saída para o problema. Sinceramente, não tenho mais expectativas.
Deve ser espantoso ler tudo isso, afinal muitos me viram por aí no "Hoje em Dia" (Record), discotecando em festas em São Paulo, conquistando o posto de um dos críticos de televisão mais lidos do Brasil e participando de uma grande cobertura do "BBB" (Globo) na Yahoo!, alcançando recordes de audiência.
Tudo isso fiz com profissionalismo e, muitas vezes, tive que manter uma fachada de que estava ótimo. Até que na semana passada tive uma das piores crises e precisei repensar o que faço. Cheguei a escrever textos chorando de dor e não espero compaixão alguma por isso. Sorte que ainda mantenho um pouco de lucidez, pois sei lá o que poderia fazer tamanha dor e desesperança.
Contudo, mesmo incrédulo, sigo em frente. Paulo Vanzolini, em um dos versos mais belos da música popular brasileira, disse: "reconhece a queda e não desanima". Este é meu momento de recuar, para, no futuro, se tudo de certo, eu retornar.
Obrigado a todos do Mogi News. Agradeço aos os repórteres, aos editores, aos fotógrafos e aos profissionais da administração. Além disso, meu agradecimento especial a Márcio Siqueira, que acreditou em mim quando propus escrever uma coluna semana para o jornal.
Até logo!
Ale Rocha
jornalista colabora toda terça-feira com esta coluna
Mas tudo na vida termina. Dizem que nossa existência é marcada por ciclos. É com muito pesar que informo: meu ciclo no Mogi News termina hoje.
Não há qualquer teoria da conspiração a ser desenvolvida. O fim chegou em razão do agravamento da hipertensão pulmonar desde o final do ano passado. Pioro a cada dia, com idas frequentes ao pronto-socorro, angina, desmaios, dificuldade para respirar, noites de insônia causadas por dor e impossibilidade de executar simples tarefas cotidianas, como me alimentar.
A dor no peito e braços é dilacerante. Não desejo sequer ao meu pior inimigo, se tivesse um. Minhas forças estão acabando. Dói absurdamente. Muitas vezes, a cada vez que inspiro sinto o pulmão ser espremido.O transplante é cada vez mais urgente e distante.
Inicialmente, a previsão de espera era de 14 meses (fevereiro deste ano). Agora, de 19 meses (agosto). Os médicos da equipe de Hipertensão Pulmonar do InCor (Instituto do Coraão) são claros: corro risco de morte súbita. Apenas o transplante é a saída para o problema. Sinceramente, não tenho mais expectativas.
Deve ser espantoso ler tudo isso, afinal muitos me viram por aí no "Hoje em Dia" (Record), discotecando em festas em São Paulo, conquistando o posto de um dos críticos de televisão mais lidos do Brasil e participando de uma grande cobertura do "BBB" (Globo) na Yahoo!, alcançando recordes de audiência.
Tudo isso fiz com profissionalismo e, muitas vezes, tive que manter uma fachada de que estava ótimo. Até que na semana passada tive uma das piores crises e precisei repensar o que faço. Cheguei a escrever textos chorando de dor e não espero compaixão alguma por isso. Sorte que ainda mantenho um pouco de lucidez, pois sei lá o que poderia fazer tamanha dor e desesperança.
Contudo, mesmo incrédulo, sigo em frente. Paulo Vanzolini, em um dos versos mais belos da música popular brasileira, disse: "reconhece a queda e não desanima". Este é meu momento de recuar, para, no futuro, se tudo de certo, eu retornar.
Obrigado a todos do Mogi News. Agradeço aos os repórteres, aos editores, aos fotógrafos e aos profissionais da administração. Além disso, meu agradecimento especial a Márcio Siqueira, que acreditou em mim quando propus escrever uma coluna semana para o jornal.
Até logo!
Ale Rocha
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